Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Universidade Columbia, em Nova York, anunciou nesta terça-feira (22/07) medidas disciplinares severas contra estudantes que participaram de manifestações no campus contra o genocídio de Israel em Gaza. Ao menos 80 alunos foram expulsos, suspensos por até três anos ou tiveram seus diplomas revogados por envolvimento nas manifestações.

Em comunicado, a universidade afirmou que as punições estão relacionadas à “disrupção da Butler Library em maio de 2025 e ao acampamento durante o fim de semana de ex-alunos na primavera de 2024”. A instituição ressaltou que “interrupções das atividades acadêmicas violam as políticas e regras da Universidade, e tais violações necessariamente geram consequências”.

A Universidade informa que se trata da “última rodada de decisões” referentes aos protestos, sem detalhar o número de alunos que serão definitivamente expulsos da universidade.

A punição dos estudantes acontece em meio às negociações da Columbia com o governo dos Estados Unidos para tentar reaver cerca de US$ 400 milhões em financiamento federal suspensos por Trump, por conta das manifestações. Na época, o governo norte-americano alegou que a Universidade “falhou em proteger de forma significativa os estudantes judeus contra assédio severo e generalizado”.

Resposta dos estudantes

“Não seremos dissuadidos. Estamos comprometidos com a luta pela libertação palestina”, afirmam estudantes
Columbia SJP/X

Em seu substack, a Columbia University Apartheid Divest (CUAD), movimento dentro da universidade que defende o corte de todos os laços financeiros da instituição com Israel, publicou uma forte nota criticando as medidas. Os estudantes afirmam que elas “excedem enormemente o precedente para ocupações ou ações não relacionadas à Palestina”.

“Em colaboração com o governo Trump, a presidente em exercício e copresidente do Conselho de Curadores da Columbia, Claire Shipman, reestruturou ilegalmente o Conselho Judicial da Universidade (UJB) e removeu membros estudantis e a supervisão do corpo docente para aplicar sanções excepcionalmente severas contra seus próprios alunos. , removendo a participação estudantil e a supervisão docente”, afirma o texto.

Segundo o CUAD, a mudança permitiu a aplicação de sanções severas contra manifestantes que ocuparam a biblioteca principal da instituição para debater textos sobre o ativista palestino Basil al-Araj. Eles lembraram a repressão aos protestos incluiu violência física contra estudantes, resultando na hospitalização de quatro manifestantes com concussões, e a convocação da polícia de Nova York para uma prisão em massa – a terceira do tipo no país em menos de um ano.

A nota também aponta vínculos entre os membros do comitê judicial e da curadoria da instituição com a ideologia de direita e o sionismo. Apesar da pressão, o CUAD garante que “os alunos continuam comprometidos em pôr fim ao genocídio israelense apoiado pelos EUA e pela Columbia, independentemente das sanções impostas à escola. Depoimentos dos alunos nas audiências disciplinares de julho ressaltaram que eles não tinham nada do que se desculpar”.

“Não seremos dissuadidos. Estamos comprometidos com a luta pela libertação palestina”, acrescentam.