Trump organiza Cúpula sobre Gaza dominada pelo Ocidente e quase sem BRICS
Encontro para discutir futuro do enclave terá presença de cinco líderes do G7 e apenas dois representantes árabes; Índia será único convidado do bloco emergente
A cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, conhecido balneário no Mar Vermelho, sediará uma cúpula de paz na segunda-feira (13/10) com o objetivo de alcançar um consenso para encerrar as hostilidades na Faixa de Gaza.
O evento, que ocorrerá ao meio-dia, será copresidido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, e contará com a participação de líderes de mais de 20 países, conforme anunciado pela presidência egípcia no sábado (11/10).
Uma autoridade norte-americana informou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não deve participar. Da mesma forma, o Irã, que foi convidado, não comparecerá, de acordo com a agência de notícias Tasnim.
Um membro do gabinete político do grupo palestino, Hossam Badran, confirmou à AFP que o Hamas “não estará envolvido” na cúpula. A facção de resistência palestina “atuou principalmente por meio de (…) mediadores catarianos e egípcios”, afirmou.
Outros participantes que já confirmaram presença incluem: António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas; António Costa, Presidente do Conselho Europeu; Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido; Pedro Sánchez, Presidente do Governo da Espanha; Emmanuel Macron, Presidente da França; Giorgia Meloni, Primeira-Ministra da Itália; Friedrich Merz, Chanceler da Alemanha; Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia; Rei Abdullah II da Jordânia; Kirti Vardhan Singh, Ministra de Estado das Relações Exteriores da Índia; e Muhammad Shehbaz Sharif, primeiro-ministro do Paquistão.
Segundo fontes consultadas pelo site norte-americano Axios, também está prevista a chegada de líderes ou ministros das Relações Exteriores do Catar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia.

Líderes mundiais se reúnem no Egito em busca de um consenso para encerrar a guerra em Gaza, sem a presença de Israel, Irã e Hamas
Official White House / Shealah Craighead
Cronograma de cessar-fogo
O acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entrou em vigor na sexta-feira (10/10), após aprovação pelo Parlamento israelense e um dia depois de ser assinado por representantes de Israel, do grupo de resistência palestino Hamas e dos três países mediadores: Catar, Egito e Estados Unidos.
O documento contém 20 pontos cruciais, sendo que o primeiro deles é a preparação para a retirada das tropas israelenses do território palestino, a qual começou parcialmente desde a assinatura do acordo.
As autoridades de Gaza e Tel Aviv também se preparam para realizar a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos na segunda-feira (13/10), conforme estipulado no processo da primeira fase.
O Hamas deve libertar os 48 reféns israelenses restantes na Faixa de Gaza – dos quais se acredita que 20 ainda estejam vivos. Setenta e duas horas após a libertação, o governo israelense deverá soltar 250 prisioneiros palestinos condenados à prisão perpétua, bem como 1.700 residentes de Gaza detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças mantidas em cárceres israelenses sob “detenção administrativa”.























