Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gritou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante sua última conversa sobre a fome na Faixa de Gaza, informou a NBC News nesta sexta-feira (08/08).

Segundo declaração de “um alto funcionário [norte-]americano, dois ex-funcionários [norte-]americanos e um funcionário ocidental que foram informados sobre o assunto”, a ligação telefônica relatada ocorreu em 28 de julho, após Netanyahu declarar no dia anterior, que “não há fome ou política para tal em Gaza”.

Trump rebateu Netanyahu e declarou que viu imagens de crianças no enclave palestino que “parecem muito famintas”, que há “uma fome real” lá e que “não se pode fingir” a situação – declarações que teriam levado o israelense a solicitar o telefonema no mesmo dia. 

“Netanyahu e Trump tiveram uma conversa telefônica privada que descambou para gritos em meio às preocupações da Casa Branca sobre o funcionamento da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) [organização responsável pela entrega de ajuda humanitária no enclave apoiada por Washington e Tel Aviv e centro das denúncias por mortes em suas filas de distribuição]”, detalhou a NBC News.

Segundo a emissora norte-americana, durante a conversa, Netanyahu insistiu que a fome generalizada em Gaza não era real e havia sido “inventada” pelo grupo palestino Hamas.

“EUA não só sentem que a situação [em Gaza] é terrível, mas culpam a GHF por isso”, revelaram fontes à NBC News
Official White House Photo by Daniel Torok

“Trump interrompeu Netanyahu e começou a gritar, dizendo que não queria ouvir que a fome era uma farsa e que seus conselheiros haviam lhe mostrado evidências de que crianças estavam morrendo de fome”, disseram as fontes.

Uma das fontes ainda descreveu a ligação como “uma conversa direta, principalmente unilateral, sobre o status da ajuda humanitária”, na qual Trump “falou a maior parte do tempo”.

“Os EUA não só sentem que a situação [em Gaza] é terrível, mas culpam a GHF por isso”, disse um dos ex-funcionário do governo norte-americano. A conversa entre Trump e Netanyahu resultou na viagem de Steve Witkoff, enviado especial dos EUA, ao Oriente Médio, para verificar a atuação da organização. 

Com o retorno de Witkoff a Washington, Trump foi questionado na terça-feira (05/08) se apoiaria a ocupação total de Gaza planejada pelo governo Netanyahu. O republicano respondeu que está focado em levar comida para a população e que os planos militares “dependem muito de Israel”. 

Procurada pela NBC News, a Casa Branca se recusou a comentar o telefonema. Segundo a  porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, “conversas privadas do presidente não são comentadas” e que Trump “está focado em devolver todos os reféns e alimentar a população de Gaza”.

Já o governo israelense também negou em um primeiro momento, mas posteriormente emitiu um comunicado negando a discussão. 

(*) Com RT en español