Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Atualizada as 18h58

Os Estados Unidos divulgaram nesta segunda-feira (29/09) um plano do presidente, Donald Trump, para a Faixa de Gaza. Segundo o republicano, a proposta foi aceita pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Momentos depois, à emissora catari Al Jazeera, o alto funcionário do Hamas, Muhammad Mardawi, disse que o documento “se inclina para a perspectiva israelense”.

“O que foi dito na conferência de imprensa [sobre o plano para acabar com a guerra] se inclina para a perspectiva israelense; está perto do que Netanyahu insiste para continuar a guerra”, disse, acrescentando que o grupo palestino ainda não recebeu o plano “por escrito e de forma clara” para poder elaborar uma resposta.

“O plano deve estar nas mãos do Hamas e das organizações palestinas”, ressaltou.

O plano, divulgado após uma reunião entre o mandatário norte-americano e o premiê israelense aborda 20 pontos essenciais e prevê uma retirada em três fases das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglês) do território palestino.

Os primeiros tópicos determinam que o enclave palestino “será uma zona desradicalizada e livre de terrorismo, que não representará uma ameaça aos seus vizinhos”, referindo-se à desmilitarização do grupo palestino Hamas e de demais resistências armadas do enclave.

O início da proposta também menciona que o território “será reconstruído em benefício do povo de Gaza, que já sofreu mais do que o suficiente”.

O documento prevê a libertação de todos os reféns, incluindo os corpos dos que foram mortos durante as ofesinvas, pelo Hamas em 72 horas e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza, além de estabelecer as diretrizes para a futura gestão do enclave.

Hamas deve aceitar plano, diz Trump

Em coletiva de imprensa ao lado de Netanyahu, Trump agradeceu a mediação e ajuda do Catar, Jordão, Turquia, Indonésia, Paquistão e Egito para formular a proposta.

Também disse que com o retorno dos reféns, seria ampliada a entrega de ajuda humanitária para o enclave, com a entrada de alimentos, medicamentos e materiais para reconstrução — o que atualmente não ocorre devido ao cerco israelense.

O plano de Trump exclui o grupo de um futuro governo em Gaza, que seria transferido para a Autoridade Palestina, sob supervisão de um órgão internacional. Mais uma vez, sugeriu que o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, lidere uma administração temporária na região.

Após publicação de proposta para Faixa de Gaza, Trump e Netanyahu realizaram coletiva de imprensa na Casa Branca
White House/X

Além disso, descartou a hipótese de remoção forçada dos palestinos do enclave, algo que chegou a ser ventilado pelo próprio presidente norte-americano no início do ano.

Quanto à criação do Estado Palestino, Trump reiterou sua oposição e disse avaliar que os países que reconheceram a medida perante à Organização das Nações Unidas (ONU), em especial na última semana, “fizeram isso porque estão cansados”.

Ao parabenizar Netanyahu por aceitar a proposta, o republicano disse que, para ser implementado, o Hamas precisa aceitar o acordo. O documento, de fato, condiciona o fim da guerra ao aceite de ambos os lados. Contudo, também diz que, mesmo que o Hamas “adie ou rejeite” a proposta, partes do plano podem ser “implementadas nas áreas livres de terrorismo”, ou seja, já tomadas pelas Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) por uma “Força Internacional de Estabilização”.

Nesta linha, durante a coletiva, o republicano disse que Isral terá seu “total apoio para terminar o trabalho de destruir a ameaça do Hamas” caso o grupo rejeite a proposta.

Israel ainda pode “terminar o serviço”

Por sua vez, Netanyahu referiu-se a Trump diversas vezes como “amigo” e reiterou seu apoio à proposta do republicano “que vai trazer para casa os reféns e fazer com que Gaza nunca mais seja uma ameaça a Israel”.

“Eu apoio o seu plano para acabar com a guerra em Gaza, que acaba atingindo o nosso objetivo de trazer os reféns de volta e desmantelar o Hamas”, disse.

Contudo, ameaçou que “se o Hamas rejeitar [a proposta], então Israel vai terminar o serviço. Poderá ser da forma fácil ou difícil, mas será feita”.

(*) Com Ansa, Brasil247 e informações de The New York Times