Trabalhadores da Comissão Europeia ameaçam greve contra genocídio em Gaza, diz jornal
O Politico afirmou que funcionários estão descontentes com posições do bloco europeu diante da cumplicidade com Israel nos ataques aos palestinos
As tensões em Bruxelas estão aumentando. O jornal Politico afirmou que alguns funcionários da Comissão Europeia ameaçaram fazer greve em protesto contra a guerra em Gaza, acrescentando que a equipe da presidente Ursula von der Leyen permanece dividida sobre como responder, com crescente oposição aos planos de Netanyahu na Palestina.
Em entrevista ao Politico na quarta-feira (13/08), antes de retornar a Tel Aviv após quatro anos, o embaixador israelense em Bruxelas, Haim Regev criticou países como Irlanda, Holanda, Espanha e Eslovênia por liderarem o protesto europeu sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza.
Nas últimas semanas as relações entre a União Europeia (UE) e o governo israelense fragilizou, em meio à crescente condenação da liderança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e de sua campanha militar de ocupar Gaza. A Comissão Europeia emitiu alertas sobre uma potencial situação de fome no território e sugeriu a suspensão de partes do Acordo de Associação UE-Israel relacionadas à pesquisa e desenvolvimento.
Regev, que assinou o acordo de pesquisa Horizon Europe em nome de Israel, declarou que “tentar usar ‘pressão’ para influenciar Israel nunca funcionou e nunca funcionará”.
“Somos basicamente um sonho para a UE de um país vizinho”, disse Regev. “Somos uma democracia, não há problemas com migração ou direitos gays. É um sonho. No fim das contas, Israel é o único ator na região que serve diretamente aos interesses da UE”, afirmou.
Como mencionado no relatório, Regev também criticou a Holanda por se juntar ao grupo de membros mais críticos da UE e expressou decepção com a recente decisão da Alemanha de suspender a exportação de armas que poderiam ser usadas em Gaza.
A pesquisa enfatiza que, embora reconheça que o apoio a Israel na UE atingiu o pico após a Operação Inundação de Al-Aqsa, esse apoio diminuiu significativamente à medida que a guerra continuava.

A equipe da presidente Ursula von der Leyen permanece dividida sobre como responder, com crescente oposição aos planos de Netanyahu, incluindo propostas para uma ocupação total de Gaza
Prime Minister’s Office Israel
União Europeia e o genocídio de Israel
Na terça-feira (12/08), em entrevista à Jacobin, Marc Botenga, eurodeputado pelo Partido dos Trabalhadores da Bélgica (PTB) e vice-presidente do grupo de esquerda do Parlamento Europeu, enfatizou a cumplicidade da União Europeia nos crimes de Israel na Faixa de Gaza. A informação é do jornal libanês Al Mayadeen.
Em relação à revisão do Acordo de Associação UE-Israel pela União Europeia depois que o número de mortos em Gaza chegou a 60.000, Botenga condenou as atrocidades, da fome e execuções a assassinatos em massa, ao mesmo tempo em que observou o atraso absurdo das instituições da UE em reconhecer o que especialistas da ONU, tribunais e grupos israelenses de direitos humanos já confirmam: Israel está cometendo genocídio.
Ele criticou a inação da UE, observando que, embora sua própria revisão tenha confirmado as violações de direitos humanos de Israel, o que justifica legalmente a suspensão do acordo, os líderes europeus ainda se recusaram a impor sanções, adiando qualquer decisão até o outono. Ele enfatizou que nenhum outro Estado desfrutar de tamanha impunidade.























