Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em comunicado, divulgado pela Al Jazeera, nesta quinta-feira (28/08), o Gabinete de Imprensa em Gaza afirmou que o exército israelense está “promovendo mentiras e falsas alegações” para deslocar à força os palestinos e piorar a situação humanitária no enclave.

A insistência do exército em defender a ideia de que o sul de Gaza teria “vastos espaços vazios” é uma “afirmação falsa que contradiz os fatos no terreno”, afirma o texto. “As áreas mencionadas pela ocupação, seja nas áreas de Mawasi ou Deir el-Balah, são terras limitadas e não equipadas para acomodar esse grande número de pessoas”.

“As províncias do sul e do centro da Faixa de Gaza estão completamente lotadas, com mais de um milhão e um quarto de pessoas deslocadas à força, que fugiram do bombardeio em andamento, onde vivem em tendas aleatórias, sem o equipamento mais básico e sem as necessidades mínimas da vida”, complementa o comunicado.

Segundo a ONU, desde março, mais de 800 mil pessoas foram deslocadas de suas casas devido aos ataques israelenses.

Ataques

Pelo menos 71 palestinos foram mortos e 339 ficaram feridos em ataques israelenses nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do enclave. Entre as vítimas, 22 pessoas foram atingidas enquanto buscavam ajuda humanitária.

Fontes médicas informaram à Al Jazeera que pelo menos 17 pessoas morreram durante a noite e na manhã desta quarta-feira (28), incluindo uma mulher e seu filho no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza. Nove dessas vítimas também estavam em busca de assistência humanitária.

Desde a implementação do novo mecanismo de distribuição de ajuda pelo GHF, sediado nos Estados Unidos, em 27 de maio, já foram registradas 2.180 mortes e mais de 16 mil feridos entre pessoas que aguardavam auxílio.

Mais de 800 mil pessoas foram deslocadas de suas residências desde março deste ano
Jaber Jehad Badwan / Wikipedia Commons

Fome e desnutrição

O Ministério da Saúde de Gaza confirmou ainda quatro mortes por fome e desnutrição nas últimas 24 horas, duas delas de crianças. O total de vítimas fatais relacionadas à fome chega a 317, incluindo 121 menores.

Em entrevista à Al Jazeera, o diretor do Hospital al-Shifa, Mohammed Abu Salmiya, descreveu o colapso iminente do sistema de saúde. “Estamos enfrentando grave escassez de salas de cirurgia e suprimentos médicos. Não temos condições de lidar com o grande número de feridos e doentes”, afirmou.

Segundo ele, entre 1.500 e 2.000 pacientes não encontram espaço nos hospitais de Gaza. O médico alertou ainda para a propagação de doenças em acampamentos superlotados.

“Se as forças de ocupação invadirem a Cidade de Gaza, testemunharemos um grande massacre. Pedimos ao mundo que proteja o pessoal médico e abra corredores humanitários para levar ajuda aos pacientes”, afirmou.