Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Rússia denunciou, nesta terça-feira (05/08), um ataque de colonos israelenses contra um de seus veículos diplomáticos na Cisjordânia. A violência teria ocorrido a leste de Ramallah e foi motivo de um protesto oficial da Embaixada da Rússia em Tel Aviv.

“Em 30 de julho, um veículo pertencente à missão da Federação Russa na Autoridade Nacional Palestina (ANP), com placas diplomáticas e transportando membros da missão diplomática russa credenciados pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, foi atacado perto da colônia ilegal de Givat Assaf por um grupo de colonos”, detalhou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

A autoridade acusou as Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) de cumplicidade por sua inação. Segundo ela, o incidente ocorreu na presença dos militares israelenses, que não intervieram para impedir que os colonos atacassem o veículo diplomático.

Zakharova expressou “perplexidade e desaprovação” porque o ataque ocorreu “com a conivência de militares israelenses”. “[Os soldados das IDF] nem se deram ao trabalho de impedir as ações agressivas dos agressores”, que também fizeram ameaças verbais aos diplomatas russos.

Colônia israelense ilegal de Givat Assaf na Cisjordânia

De acordo com Zakharova, o ataque, que deixou danos mecânicos no veículo, foi uma “grave violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961”. “Esperamos que o lado israelense tire conclusões apropriadas desta situação”, acrescentou, de acordo com o jornal libanês Al Mayadeen.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, o primeiro representante permanente adjunto da Rússia, Dmitry Polyansky, denunciou o ataque como parte de uma agenda sionista mais ampla.

Segundo o representante russo na ONU, o incidente ocorreu “sob o olhar leniente dos militares israelenses” e enquanto autoridades de Tel Aviv estavam envolvidas na “limpeza e colonização” de terras palestinas.

“São palestinos comuns e até estrangeiros que todos os dias se tornam vítimas de ataques implacáveis das forças de segurança e da violência dos colonos”, disse Polyansky ao conselho.

Desde outubro de 2023, a Cisjordânia ocupada sido alvo de crimes violentos cometidos por colonos e soldados sionistas. Segundo as Nações Unidas, quase 650 palestinos — incluindo 121 crianças — foram mortos por forças israelenses e colonos entre 1º de janeiro de 2024 e julho de 2025. Mais de 5.200 pessoas ficaram feridas durante esse período, incluindo mais de 1.000 crianças.

(*) Com Tasnim News Agency, Wafa e informações da TASS