Reino Unido recebe primeiro grupo de crianças palestinas para tratamento médico vital
Secretário de Saúde escocês classifica situação em Gaza como 'catastrófica' e resultado de ações israelenses; país se compromete a tratar até 20 menores
O primeiro grupo de crianças de Gaza chegou ao Reino Unido para receber tratamento especializado e vital no Serviço Nacional de Saúde (NHS) nesta segunda-feira (15/09). Dois menores gravemente enfermos e suas famílias desembarcaram na Escócia, de acordo com o governo escocês (Holyrood). Segundo o jornal britânico The Guardian, espera-se que entre 30 e 50 jovens palestinos sejam atendidos.
Esses são os primeiros menores a integrarem a operação governamental coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo Ministério do Interior e pelo Departamento de Saúde e Assistência Social.
“Foi necessário muito trabalho diplomático para ajudá-los a deixar Gaza. Mas esse trabalho está em andamento e estou determinada a garantir que possamos fazer a nossa parte para ajudar as famílias feridas e também para auxiliar os alunos a retornarem aos cursos neste outono”, disse Yvette Cooper, ministra do Interior, ao jornal Mirror.
Neil Gray, secretário de Saúde escocês, afirmou que o governo local se comprometeu a custear o tratamento de até 20 jovens palestinos que devem chegar à Escócia nas próximas semanas. “Este apoio inicial é um pequeno passo para restaurar um pouco de humanidade à situação catastrófica em Gaza, resultado das ações do governo israelense”, declarou o secretário.
Algumas crianças palestinas também foram trazidas de forma privada para o Reino Unido para tratamento médico por meio de uma iniciativa do Projeto Pure Hope, organização humanitária fundada por um grupo de médicos experientes e líderes da área da saúde.

Crianças estão recebendo tratamento para doenças de pele e desnutrição enquanto a agressão e o bloqueio israelenses continuam
WAFA
Desde que especialistas em segurança alimentar global apoiados pela ONU declararam estado de fome na Cidade de Gaza em 22 de agosto, o Ministério da Saúde do território relatou que pelo menos 142 pessoas morreram de fome e desnutrição.
Estima-se que mais de 50.000 crianças tenham sido mortas ou feridas em Gaza pelas forças israelenses desde 7 de outubro de 2023, de acordo com a instituição de caridade UNICEF.
Israel inicia ofensiva terrestre na Cidade de Gaza
“Gaza está em chamas”, disse o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, em um comunicado após uma noite (15/09) de bombardeios intensos na Cidade de Gaza. O exército israelense “está atacando com punho de ferro a infraestrutura terrorista”, acrescentou.
Enquanto tanques avançavam na cidade, navios e aviões de guerra israelenses intensificaram os ataques. Segundo autoridades de Israel, esta é a fase principal da operação para tomar o controle da região.
O exército instruiu civis a buscar abrigo em al-Mawasi, no sul do território, uma área designada como “segura” por Israel que, no entanto, vem sendo alvo de vários ataques aéreos.
Rosalie Bollen, porta-voz da UNICEF, afirmou que mais de 800 mil pessoas permanecem na Cidade de Gaza, incluindo 450 mil crianças, em condições críticas. Muitos são idosos, doentes ou feridos e não conseguem fugir. “Foi uma noite muito difícil” com um “ritmo de bombardeio cada vez maior”, destacou a equipe da Agência em Gaza.























