Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Parlamentares do Reino Unido pressionam o primeiro-ministro Keir Starmer por ações contra Israel desde que sua ofensiva na Faixa de Gaza ordenou o deslocamento forçado de palestinos, concentrando 400 mil civis no norte do enclave, aumentando a violência principalmente contra o campo de refugiados de Jabalia.

Os políticos exigem que o premiê do Partido Trabalhista pressione Tel Aviv por um cessar-fogo, além de apoiarem a proibição total de vendas de armas para Israel: “o governo do Reino Unido não pode continuar a ficar à margem e a dar rédea solta aos assassinos de Netanyahu, declarou o deputado John McDonnell ao Middle East Eye (MEE)

McDonnell também disse estar “chocado com a selvageria do tratamento dado aos palestinos pelo exército israelense”. “Precisamos que o governo do Reino Unido denuncie Israel nos termos mais fortes, mas que apoie suas palavras com ações. Isso significa a aplicação de uma proibição total de venda de armas e a implementação de um programa de sanções”, declarou ao MEE.

Brendan O’Hara, parlamentar e porta-voz para o Oriente Médio do Partido Nacional Escocês, defendeu que a sigla “tem repetidamente pedido o fim do licenciamento de vendas de armas do Reino Unido para Israel e um cessar-fogo imediato”, definindo como “um absurdo legal, político e moral” do governo Starmer licenciar vendas de armas que prolongam o o bombardeio em Gaza e o aumento da morte de civis.

Já Adnan Hussain definiu os ataques israelenses como “uma tentativa de limpeza étnica completa do norte da população civil”.

O parlamentar independente foi eleito na cidade de Blackburn nas eleições de julho em uma chapa pró-Palestina e definiu como “horror ainda mais gritante as notícias de civis sendo alvejados por drones de precisão caso tentem sair”.

Já Ayoub Khan, parlamentar independente de Birmingham Perry Barr, afirmou que levará “esta questão urgente à atenção do ministro das Relações Exteriores [David Lammy] sem demora”.

Number 10/Flickr
Governo britânico suspendeu apenas 30 das 350 licenças de armas a Israel

Khan ainda avaliou que Israel gera mais violência em Gaza “enquanto desvia a atenção da mídia para o Líbano e a Síria por meio do que parece ser uma agressão injustificada, tudo sob o pretexto de autodefesa”.

As exigências dos parlamentares britânicos ocorrem na esteira de uma viagem diplomático do chanceler Lammy a países do Oriente Médio para “promover o diálogo com os principais parceiros regionais e abordar a necessidade urgente de um cessar-fogo em Gaza e no Líbano”, segundo um comunicado do governo.

No início de setembro, o governo do Reino Unido chegou a anunciar a suspensão de licenças de exportação de armas para Israel, utilizadas para sua ofensiva na Faixa de Gaza, “devido a preocupações com o Direito Internacional Humanitário”.

A medida afeta especialmente a exportação de veículos militares como aeronaves, aviões de caça, helicópteros e drones de direcionamento terrestre usados no enclave palestino.

À época, Lammy informou que cerca de 30 licenças, de aproximadamente 350, estão suspensas “após uma revisão da conformidade de Israel com o direito internacional humanitário”.

Criticado pelo número de licenças ainda em vigor, o secretário de Negócios e Comércio do Reino Unido, Jonathan Reynolds declarou que, segundo a avaliação britânica, os demais documentos “não são para uso militar no atual conflito em Gaza e, portanto, não exigem suspensão”.

Apesar da decisão, a pasta informou que a postura do Reino Unido em relação ao apoio à segurança de Israel “não mudará”, de modo que a suspensão das licenças poderá ser revisada.