Primeiro brasileiro deportado por Israel chega ao Rio nesta segunda (06)
Nicolas Calabrese relata três dias incomunicável após captura em águas internacionais; Serviço Prisional israelense notifica advogados, mas omite dados essenciais
O Serviço Prisional de Israel (IPS) informou aos advogados da Adalah sua intenção de deportar aproximadamente 170 participantes da Global Sumud Flotilha nesta segunda-feira (06/10), sem fornecer detalhes como nomes, nacionalidades ou destinos. A omissão de informações dificulta o trabalho das delegações e dos advogados em localizar quais ativistas permanecem detidos.
O militante do PSOL Nicolas Calabrese, primeiro deportado da delegação brasileira, chegará ao Brasil às 19h no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Argentino com nacionalidade brasileira e italiana, ele deixou Israel em um voo turco que partiu de Tel Aviv no sábado (04/10), transportando 137 ativistas de diversos países.
Ao chegar ao aeroporto de Milão, na Itália, após ser detido na Flotilha Global Sumud (GSF) e deportado por Israel, o professor de educação física e educador popular da Rede Emancipa gravou um vídeo pedindo a libertação dos demais ativistas e uma ação enérgica do governo brasileiro contra o genocídio em Gaza.
No registro, Calabrese relata que permaneceu três dias incomunicável com a família após os ativistas “serem capturados em águas internacionais pelo Exército de Israel, maltratados e terem armas apontadas para eles por diversos soldados”.
Calabrese foi o primeiro integrante da delegação brasileira a ser liberado. Os demais continuam sob custódia israelense, após a interceptação de mais de 40 embarcações entre quarta-feira (01/10) e sexta-feira (03/10).
Os ativistas que seguem ilegalmente detidos por Israel aderiram a uma greve de fome coletiva, protestando contra o mesmo Estado que conduz uma campanha de fome contra milhões de palestinos em Gaza. Quatro brasileiros somam-se ao protesto: Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles. Ávila também recusa a ingestão de água.
Portugueses são deportados
Aproximadamente 300 pessoas reuniram-se no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para receber os quatro ativistas portugueses libertados de uma prisão israelense. Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves chegaram ao país às 22h40 (horário local) no domingo (05/10), após serem detidos por Israel ao tentarem romper o bloqueio imposto a Gaza em uma missão humanitária.
A recepção foi marcada por gritos de “Israel assassino, e viva a luta do povo palestino”. Os manifestantes protestaram contra as autoridades israelenses e também contra ministros do governo português. O grupo foi recebido com um amplo aparato policial, e relatos indicam que a situação tornou-se tensa, com jornalistas e manifestantes tendo sido agredidos.
De acordo com os portugueses da flotilha, os ativistas sofreram maus-tratos pelas forças israelenses desde a captura em águas internacionais, durante a tentativa de levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Miguel Duarte confirmou à correspondente de Opera Mundi, Stefani Costa, de Portugal, que Ávila assim como os outros colegas estão realizando greve de fome contra o regime sionista de Israel.
Os manifestantes aproveitaram a ocasião para protestar também contra o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e o ministro da Defesa, Nuno Melo, com palavras de ordem exigindo ação contra as políticas israelenses que desrespeitam o direito internacional.























