'Miranda': Petro lança fuzil inédito colombiano que substituirá armas israelenses
Colômbia reafirma 'autonomia' do sistema de defesa ao anunciar rifle de fabricação nacional
O presidente Gustavo Petro anunciou nesta semana o lançamento inédito de um fuzil de fabricação colombiana, o chamado “Miranda”, reforçando a modernização e a independência do sistema de armas de sua nação. Desenvolvida pela Indústria Militar Colombiana (Indumil), a arma de fogo tem como objetivo substituir os fuzis israelenses Galil ACE, atualmente usados pelo exército do país.
O Miranda – nome dado em homenagem ao general venezuelano Francisco de Miranda, um dos principais líderes da independência da América Latina – foi anunciado na última quinta-feira (25/09) pelo próprio mandatário, um dia depois de proferir na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, um dos discursos com críticas mais contundentes contra o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.
“Olhem para o rifle colombiano, deve se chamar Miranda. O general Miranda, que foi para a Europa para aprender técnicas militares e se apaixonou, e voltou da Europa com ideias de República, independência e liberdade: Miranda”, escreveu Petro na plataforma X.
De acordo com o Ministério da Defesa da Colômbia, o novo armamento possui propriedades mais aprimoradas que o israelense Galil ACE, oferecendo melhor desempenho, peso reduzido e adaptabilidade. A pasta informa que o Miranda foi construído com 65% de polímeros de alta resistência e é, por isso, mais resistente ao desgaste do que o fuzil de aço atualmente usado pelas forças armadas. Em relação aos custos, a produção do rifle colombiano é 25% mais barata, o que proporcionará uma economia de custos a longo prazo no país.
Segundo o ministro da Defesa, Iván Pedro Sánchez, o projeto reflete o impulso da Colômbia para a “autonomia estratégica”, já que 85% dos componentes do novo fuzil já são fabricados localmente, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros.
“Isso marca um progresso real na consolidação de nossas capacidades de defesa nacional”, apontou o ministro que, meses atrás, teve de fornecer explicações ao presidente Petro devido à continuidade da chegada irregular das armas Galil ACE no país.

O ministro da Defesa da Colômbia, Iván Pedro Sánchez, detalha propriedades do fuzil Miranda
X/@mindefensa
O desenvolvimento do rifle Miranda é dividido em três etapas. A primeira fase, que contempla realização de pesquisas e estudos de design, já foi concluída. A segunda etapa se concentra na testagem do produto, que atualmente está em fase de conclusão, com 10 protótipos a serem testados em campo a partir de outubro de 2025. A terceira fase dedica-se ao aumento da produção, prevista para o segundo semestre de 2026.
A expectativa da Indumil é de produzir 80 mil unidades anualmente, permitindo uma transição de cinco anos para substituir os 400.000 fuzis israelenses atualmente em serviço.
O abandono das armas fabricadas em Israel se alinha às políticas implementadas por Petro ao longo dos meses que sucederam o 7 de outubro de 2023. O presidente colombiano tem se destacado como um dos chefes de Estado com as medidas mais enfáticas para o impedimento do genocídio israelense em Gaza, distanciando também a sua nação de governos cúmplices dos atos genocidas contra os palestinos.
Durante décadas, as forças militares da Colômbia dependeram fortemente do armamento israelense, principalmente o Galil ACE, originalmente desenvolvido em Israel e, em seguida, montado sob licença em instalações colombianas.
Vale lembrar que Petro, em sua exposição na ONU, também propôs a mobilização de uma força armada em defesa do povo palestino, convidando as mais diversas nações de convocarem seus respectivos povos “para unir exércitos e armas”.
“A Palestina deve ser libertada. Convido os exércitos da Ásia, dos povos eslavos que derrotaram com tanto heroísmo a Hitler, aos exércitos latino-americanos de Bolívar, de Garibaldi, que também tinha um na Itália, de Martí, de Artigas, de Santa Cruz”, afirmou, na ocasião.























