Parlamento europeu pede reconhecimento do Estado palestino

O Parlamento da União Europeia aprovou nesta quinta-feira (11/09) uma resolução que pede aos países-membros do bloco que avaliem o reconhecimento do Estado da Palestina.

O primeiro texto aprovado pelo Legislativo da UE sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza em mais de um ano foi proposto por parlamentares verdes, socialistas e liberais e recebeu 305 votos a favor e 151 contrários, além de 122 abstenções.

A legislação convida os países-membros a avaliar a possibilidade de reconhecer a Palestina para apoiar a solução de “dois Estados” no conflito, medida já adotada pela Espanha, Irlanda e prometida pela França.

A iniciativa, no entanto, enfrenta resistência de dois países influentes na UE, Alemanha e Itália, que dizem ser “contraproducente reconhecer um Estado palestino” antes de ele existir de fato, embora defendam a solução de dois Estados.

A resolução também expressa “séria preocupação” com a “catastrófica” situação humanitária da Faixa de Gaza e cobra uma “ação urgente” por parte da UE, retomando “com urgência” o financiamento à Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (Unrwa).

Legislação europeia convida países-membros a avaliar possibilidade de reconhecer Palestina
JBouchez/Wikicommons

Além disso, o texto declara pleno apoio à proposta feita pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na última quarta-feira (10/09), de suspender os acordos bilaterais com Israel e de aplicar sanções contra colonos violentos e ministros extremistas.

Apesar da resistência italiana em relação ao reconhecimento do Estado palestino, Roma declarou nesta quinta-feira (11/09) prontidão “para avaliar assim que forem apresentadas no Conselho [da UE], novas propostas de sanções pré-anunciadas pela presidente Von der Leyen”

“Na reunião de chanceleres em Copenhague na semana passada, propusemos com a Alemanha novas severas sanções contra colonos violentos. Estamos dispostos a endurecer as medidas restritivas contra quem assalta os vilarejos palestinos, chegando a atingir comunidades cristãs”, disse o vice-premiê e ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, em audiência no Senado.

A discussão acontece em meio à ofensiva israelense para conquistar a Cidade de Gaza, forçando a evacuação de cerca de 1 milhão de pessoas, e na esteira do atentado contra membros do Hamas em Doha, no Catar, país que tenta mediar um acordo de paz.

(*) Com Ansa