Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Ao denunciar o genocídio em Gaza, o parlamentar israelense Ofer Cassif foi retirado à força do púlpito do Knesset, o Parlamento de Israel, durante uma sessão plenária realizada na segunda-feira (04/08).

Membro da coalizão Hadash, liderada pelo Partido Comunista, Cassif foi expulso após defender o uso do termo “genocídio” ao citar as recentes declarações do escritor israelense David Grossman que classificou Israel como um Estado genocida.

Durante o pronunciamento, Cassif declarou que chegou ao limite da linguagem diplomática. “Por anos recusei usar o termo genocídio. Mas agora, depois das imagens que vimos e depois de conversar com pessoas que estavam lá, não posso mais evitar”, afirmou.

O parlamentar postou o vídeo de sua expulsão na plataforma X. “Ontem à noite, durante o meu discurso em memória das vítimas do massacre de Shefar’am, há 20 anos, fui violentamente removido do pódio a meio do meu discurso, apenas porque citei as palavras do escritor israelita David Grossman contra o genocídio em Gaza”, escreveu.

E complementou: “mesmo os escritores críticos não podem mais ser citados no parlamento da única democracia do Oriente Médio. Parafraseando Heine: onde é proibido citar escritores, os oponentes do regime acabarão sendo presos”.

Parlamentar é retirado à força do Knesset após mencionar genocídio em Gaza
Reprodução X / @ofercass

‘Ele não dirá genocídio aqui’

Sua fala foi interrompida pelo vice-presidente do Knesset, Nissim Vaturi. “Isso não é uma citação, é inventado”, disse o parlamentar ao ordenar a retirada de Cassif do púlpito. No vídeo, também é possível ver a deputada Tali Gottlieb, membro do Likud, gritando com o deputado: “ele não dirá ‘genocídio’ aqui!”. Em seguida, um funcionário o retirou à força do Parlamento.

Em janeiro de 2024, Cassif posicionou-se a favor do processo contra Israel no Tribunal Penal de Haia.
Apoiar a denúncia é um “dever constitucional” para com a sociedade de Israel, “não com um governo cujos membros e a sua coligação apelam à limpeza étnica e até mesmo ao genocídio”, disse na época.