Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou nesta quarta-feira (24/07) ao Congresso dos Estados Unidos em busca de reforçar o apoio norte-americano ao massacre que ocorre na Faixa de Gaza. A visita e consequente fala do premiê foram alvo de diversos protestos, incluindo de parlamentares.

A única deputada palestina-americana da Câmara de Representantes, Rashida Tlaib, manifestou seu repúdio ao primeiro-ministro, assim como à ofensiva de Israel em Gaza, que já vitimou mais de 39 mil civis desde outubro de 2023.

Usando um Keffiyeh, lenço axadrezado usado na cabeça ou ao pescoço, que se tornou um símbolo da luta palestina, a parlamentar permaneceu sentada durante todo o discurso, segurando um placa que de um lado dizia “criminoso de guerra” e do outro “culpado por genocídio“.

Nas redes sociais, Tlaib prestou solidariedade a todos que estão protestando e “exercendo seu direito à dissidência”, e afirmou que “nunca” irá desistir de “falar a verdade ao poder”. A congressista ainda corroborou sua acusação de que está ocorrendo um genocídio em Gaza, mas que os palestinos “não serão apagados”.

“Nunca desistirei de falar a verdade ao poder. O governo de apartheid de Israel está cometendo um genocídio contra os palestinos. Os palestinos não serão apagados. Solidariedade com todos aqueles que estão fora desses muros, nas ruas, protestando e exercendo seu direito à dissidência”, disse.

A manifestação de Tlaib não foi a única. Segundo o jornal britânico The Guardian, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, se recusou a cumprimentar Netanyahu. Em outras ocasiões, o senador já pediu inclusive que Tel Aviv realize novas eleições para substituir o premiê.

Dezenas de democratas também planejaram manifestações de rechaço ao primeiro-ministro, como boicotar o discurso. De acordo com reportagem da Axios, cerca de metade dos deputados e senadores do partido (que possui 264 parlamentares atualmente) optaram por pular a fala de Netanyahu, número provavelmente maior do que os 58 que o evitaram há nove anos, quando Barack Obama ainda estava na Casa Branca.

Reprodução / @RashidaTlaib
A parlamentar palestina-americana Rashida Tlaib segurou uma placa chamando Netanyahu de ‘culpado por genocídio’

Benjamin Netanyahu nos EUA

O premiê israelense iniciou na segunda-feira (22/07) uma visita aos Estados Unidos com o propósito de angariar mais apoio e se reunir com lideranças do país.

No Congresso, Netanyahu disse que a vitória de Israel nesta ofensiva em Gaza irá terminar somente quando as forças militares israelenses destruírem o grupo palestino Hamas e recuperar todos os reféns que ainda estão no enclave.

Porém, o premiê não apresentou durante sua fala um possível plano para recuperar os civis, tampouco para um cessar-fogo com o Hamas, apenas citou que esforços “intensivos” estão em andamento em nome dos reféns.

Netanyahu deve se encontrar com Joe Biden e Kamala Harris na quinta-feira (25/07). A conversa com o presidente e sua vice tem a possibilidade de iniciar as negociações para um cessar-fogo em Gaza e para a liberação de reféns.

Antes de ir embora, o primeiro-ministro também deve se reunir com o ex-presidente Donald Trump, na residência do líder republicano, em Mar-a-Lago, na Flórida. De acordo com o site Politico, o encontro foi proposto pelo próprio mandatário israelense.