Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Papa Leão 14 expressou neste domingo (21/09) a solidariedade da Igreja com a população palestina da “terra martirizada” de Gaza e declarou que “não há futuro baseado na violência, no exílio forçado, na vingança”, ao final da oração dominical do Angelus, na Praça de São Pedro. A declaração do pontífice ocorre no momento em que Israel intensifica novamente as operações militares no território palestino, devastado por quase dois anos de guerra. Neste domingo, Israel foi alvo de dois foguetes disparados de Gaza.

Leão 14 fez a declaração ao se dirigir a representantes de associações católicas reunidas na Praça de São Pedro, que carregavam uma faixa com os dizeres “paz para Gaza“. O papa saudou “as iniciativas que, em toda a Igreja, expressam solidariedade com os irmãos e irmãs que sofrem nesta terra martirizada” de Gaza.

“Repito: não há futuro baseado na violência, no exílio forçado, na vingança”, ressaltou. “Os povos precisam de paz”, acrescentou o pontífice, sob aplausos dos fiéis presentes.

Israel lançou na terça-feira (16/09) uma ofensiva aérea e terrestre de grande escala sobre a cidade de Gaza, com o objetivo declarado de aniquilar o Hamas. O ataque do movimento radical palestino em 7 de outubro de 2023, em Israel, desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

Neste domingo, pelo menos seis pessoas já foram mortas no território palestino, informou a Defesa Civil de Gaza. A organização contabilizou, no sábado, cerca de 90 mortes em todo o enclave, a maioria na cidade de Gaza.

Críticas da comunidade internacional

A nova fase da ofensiva é amplamente criticada pela comunidade internacional. Ela provoca a fuga de centenas de milhares de habitantes para o sul do território, já completamente devastado por quase dois anos de guerra e numa situação de grave crise humanitária. Nessa semana, uma comissão de investigação independente da ONU acusou Israel de genocídio na Fraixa de Gaza.

Papa saudou “iniciativas que, em toda a Igreja, expressam solidariedade com irmãos e irmãs que sofrem nesta terra martirizada” de Gaza
Narcin Mazur/cbcew.org.uk

Cerca de dez países devem reconhecer o Estado palestino nesta segunda-feira (22/09), na ONU, em Nova York. A solução de dois Estados é apontada pela França e pela Arábia Saudita, que lançaram a iniciativa, como a única solução para o conflito.

Israel foi alvo de disparos e afirma ter matado atirador do Hamas

O exército israelense afirmou neste domingo ter matado um atirador de elite do movimento islamista palestino Hamas em Gaza. O irmão do suspeito, que é diretor do principal hospital do território palestino, denunciou a acusação como uma “mentira”.

Mohammed Abou Salmiya, diretor do hospital al-Chifa — um dos poucos ainda em funcionamento no território palestino — informou no sábado (20/09) que o irmão e a cunhada haviam sido mortos em um ataque israelense na cidade de Gaza.

Mas o exército israelense declarou hoje, em comunicado, que “eliminou” Majed Abou Salmiya, um terrorista da ala militar do Hamas, que “atuava como sniper e se preparava para realizar um ataque terrorista iminente contra tropas israelenses”.

O diretor do hospital al-Chifa rejeitou as acusações, afirmando que o irmão sofria de doenças graves e tinha deficiência visual.

O exército israelense também anunciou neste domingo que dois disparos foram feitos do norte da Faixa de Gaza em direção a Israel. Os alertas de bomba foram acionados.

“Um projétil foi interceptado e o outro caiu em uma área desabitada”, disseram os militares. Não há registro de feridos e os disparos não foram reivindicados até o momento.