Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Nesta segunda-feira (11/08), a cidade de Gaza de despediu, em cortejo fúnebre com dezenas de pessoas, dos cinco profissionais da Al Jazeera e de um jornalista freelancer mortos no último domingo (10/08). O ataque ocorreu contra uma tenda da imprensa do lado de fora do portão principal do Hospital al-Shifa,

Foram mortos os correspondentes da agência catari Anas al-Sharif e Mohammed Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal; além do cinegrafista freelancer Momen Aliwa e do jornalista freelancer Mohammed al-Khalidi.

Condenada por várias agências internacionais, a morte dos jornalistas levantou protestos em várias regiões do mundo, como Tunísia, Irlanda do Norte, Alemanha e Holanda e Estados Unidos, exigindo a responsabilização  de Israel pelos ataques. Em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, os palestinos encheram as ruas, agitando bandeiras e carregando fotos dos repórteres mortos.

Sultan Barakat, professor de políticas públicas da Universidade Hamad Bin Khalifa da Fundação Qatar, afirmou à Al Jazeera que o fracasso de Israel em “controlar a narrativa” de sua guerra em Gaza é provavelmente a principal motivação por trás dos assassinatos.

“A única área que [o governo israelense] falhou em controlar inteiramente é a narrativa e a verdade do que está acontecendo” e isso se deve “em grande parte à cobertura corajosa de jornalistas locais”, afirmou.

Conivência

Em Washington, um forte protesto contra a conivência da imprensa com o genocídio em Gaza ocorreu diante de um prédio que abriga escritórios de empresas como NBC, Fox News, ITN e The Guardian.  O repórter Shihab Rattansi, da Al Jazeera, relatou que o grupo fez “o máximo de barulho possível”, batendo panelas e frigideiras para interromper transmissões ao vivo que ocorriam no interior do edifício.

Hazami Barmada, uma das organizadoras do protesto, acusou as empresas de comunicação de ajudar a criar “consentimento público” para ataques a jornalistas palestinos. “Essas organizações dão desculpas para o governo israelense alvejá-los e matá-los. Após sua morte, continuam justificando o assassinato, o que é crime contra a humanidade e crime de guerra”, disse à Al Jazeera.

O grupo de defesa da liberdade de imprensa PEN America também condenou o ataque que matou al-Sharif e outros profissionais. Para a entidade, o episódio “levanta sérias preocupações” e “pode equivaler a um crime de guerra”.

Pelo menos 237 jornalistas e trabalhadores da mídia foram mortos desde o começo dos bombardeios israelenses sobre Gaza, informa o Escritório de Mídia do Governo de Gaza. Nove deles trabalhavam para a agência catari.