Países árabes e europeus discutem ajuda à Palestina após genocídio; Israel critica encontro
Reunião em Paris busca fortalecer solução de dois Estados e impedir limpeza étnica; Tel Aviv acusa Macron de querer 'desviar atenção' de problemas internos
A França recebeu, nesta quinta-feira (09/10), chanceleres árabes e europeus para conversas sobre como ajudar os palestinos após o fim do genocídio em Gaza, horas após Israel e Hamas chegarem a um acordo de cessar-fogo. O encontro foi criticado por Israel, que o julgou “supérfluo e prejudicial”.
Chanceleres de França, Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Catar, Canadá, Indonésia, Turquia e a União Europeia já haviam planejado discutir o “dia seguinte” em Paris. Na quinta-feira (09/10), Israel e o movimento Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo e a libertação de reféns, seguindo o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de encerrar dois anos de guerra em Gaza.
No início da reunião, o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou que a “aceleração” da colonização na Cisjordânia é uma “ameaça existencial para um Estado Palestino” e “contradiz o plano americano”.
Os chanceleres reunidos em Paris deviam debater “a implementação do plano de paz” e nos “principais parâmetros do ‘dia seguinte’”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores francês em um comunicado, referindo-se à segurança, governança e reconstrução.
“O que vamos tentar aqui em Paris é colocar nossas vozes juntas (…) para que esse caminho que se inicia hoje seja irreversível e que finalmente possamos implementar a solução de dois Estados”, um israelense e um palestino, destacou o chanceler espanhol, José Manuel Albares. No entanto, o chanceler francês demissionário, Jean-Noël Barrot, advertiu que “um cessar-fogo ainda não é uma paz duradoura”.

Pessoas deslocadas à força pelo regime sionista de Israel se reúnem para receber comida gratuita de uma fundação de caridade no campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza
WAFA
“É a primeira etapa de um longo caminho para uma solução política que garantirá a segurança de Israel e reconhecerá o direito legítimo dos palestinos a um Estado”.
Israel criticou duramente esta iniciativa, que considerou “supérflua e prejudicial”, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, no X. Macron busca “desviar a atenção de seus problemas internos às custas de Israel”, acrescentou.
O grande ausente da reunião foi o secretário de Estado americano, Marco Rubio, cuja participação foi anunciada em um dado momento.
Durante o encontro os chanceleres debateram a ajuda humanitária, a reconstrução de Gaza e até mesmo o envio de uma missão internacional de segurança e estabilização, sob a égide das Nações Unidas, à qual os europeus seriam favoráveis.
Itália e Indonésia já expressaram sua disposição em enviar tropas no âmbito dessa eventual força. Os países árabes também manifestaram “seu interesse”, mas sem anúncios concretos, segundo diplomatas europeus.























