Organizadores do Eurovision pedem exclusão de Israel do evento
Segundo portal Ynet, países ameaçar boicotar maior festival musical da Europa e defendem que artistas israelenses retirem ou mudem de bandeira; decisão final sai em dezembro
Segundo o veículo israelense Ynet Global, os organizadores do Eurovision teriam enviado uma mensagem extraoficial pedindo que Israel se retire temporariamente da competição de 2026 ou participe sob uma bandeira neutra, a fim de evitar uma possível eliminação. A informação, divulgada no domingo (14/09), surge em meio a ameaças de boicote por parte de outros países caso o país siga no evento.
Embora Israel esteja entre os 22 interessados em competir na Áustria em 2026, várias nações adiaram a decisão final até após uma assembleia da UER (União Europeia de Radiodifusão) marcada para dezembro.
A entidade organizadora do festival deve então debater a participação israelense, com previsão de encerrar a consulta no início daquele mês, para que os membros confirmem presença até meados do mesmo período.
De acordo com a reportagem, defensores da medida acreditam que ela pouparia Israel de uma “desqualificação humilhante”, impulsionada pela pressão política de países europeus. A exibição sob um pavilhão neutro – como o da emissora pública israelense – foi outra alternativa sugerida. Ainda que a UER não tenha objeções à própria rede de transmissão, críticos direcionam suas recriminações às políticas do governo, especialmente no contexto do conflito em Gaza.
Em resposta, a UER afirmou que “não apresentou nenhuma proposta à Kan sobre a participação no festival do próximo ano” e que “a consulta com os membros está em andamento”, acrescentando que nenhuma decisão será tomada antes da conclusão do processo.

Festival de música Eurovision acontecerá em Vienna, Áustria em 12, 14 e 16 de maio
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Outra proposta informal circulou sugerindo que a Corporação Pública de Radiodifusão de Israel emitisse uma nota pública distanciando-se das ações do governo e das Forças de Defesa. Seus proponentes argumentam que o gesto poderia influenciar positivamente o clima pré-votação, mas fontes próximas à emissora consideram altamente improvável que tal declaração seja feita.
A crise ganhou força após anunciarem boicote – caso Israel participe – países como Irlanda, Eslovênia e Holanda. O ministro da Cultura espanhol, Ernest Urtasun, reiterou a ameaça em entrevista de rádio: “Temos que garantir que Israel não participe. […] Se não conseguirmos expulsá-lo, a Espanha não deve participar”. Há temor de que as declarações provoquem um efeito cascata antes da votação.
Enquanto as autoridades israelenses mantêm discrição pública sobre o tema, um monitor externo indicado pela UER segue realizando reuniões com representantes europeus em busca de uma solução.
A entidade não confirmou explicitamente que a reunião de dezembro, em Genebra, definirá o status de Israel, mas admitiu que abordará “a situação geopolítica e a participação” do país.
O contexto de pressão ampliou-se recentemente para o setor de entretenimento, com cartas abertas assinadas por personalidades do cinema, música e literatura pedindo o fim da guerra e o boicote a instituições israelenses.























