Organização criada por Mandela exige libertação imediata de Barghouti
The Elders pedem a Trump e líderes mundiais que façam ‘todo o possível’ pela soltura do líder palestino para garantir 'paz duradoura na região'
O grupo internacional The Elders (Os Anciãos), composto por ex-chefes de Estado e dirigentes globais, pediu nesta quarta-feira (29/10) a libertação imediata do dirigente palestino Marwan Barghouti, condenado à prisão perpétua pelo governo de Israel em 2004.
Para a organização, criada por Nelson Mandela em 2007, a saída do líder palestino é um passo crucial para a construção de uma solução de dois Estados. “Os Anciãos apelam hoje pela libertação imediata do líder palestino Marwan Barghouti da prisão israelense, como um passo importante para a retomada de uma solução duradoura de dois Estados para o conflito israelo-palestino”, afirma organização em comunicado.
O texto pede diretamente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e outros líderes influentes que façam “todo o possível” para garantir a soltura do líder palestino e assim “aumentar as chances de paz duradoura, segurança e responsabilização na região”.
Barghouti, uma das figuras mais populares e influentes da política palestina, cumpre cinco penas de prisão perpétua impostas por tribunais israelenses durante a Segunda Intifada. O texto lembra que ele foi condenado “em um julgamento considerado injusto pela União Interparlamentar e com inúmeras violações do direito internacional.
Criado por Mandela em 2007, The Elders é um conselho composto por lideranças globais. O documento é assinado por três prêmios Nobel da Paz: os ex-presidentes Juan Manuel Santos da Colômbia e Ellen Johnson Sirleaf da Libéria, e o médico congolês Denis Mukwege.
Também assinam os ex-presidentes Elbegdorj Tsakhia da Mongólia, Ernesto Zedillo do México, Mary Robinson da Irlanda; e os ex-premiês Gro Harlem Brundtland da Noruega e Helen Clark da Nova Zelândia.

Organização criada por Mandela exige libertação imediata do líder palestino Barghouti
IDF Spokesperson’s Unit
‘Mandela palestino’
“Muitos palestinos se referem a Marwan Barghouti como ‘seu Mandela’, ele desempenha um papel vital como figura unificadora, cuja reputação como defensor da solução de dois Estados cresceu ao longo de seus 23 anos de prisão”, afirmam os anciãos.
Um dos principais líderes do Fatah, Barghouti foi eleito para o Conselho Legislativo Palestino em 1996. O comunicado destaca que ele vem sendo “um defensor de longo prazo de uma solução de dois Estados por meios pacíficos e é consistentemente o líder palestino mais popular nas pesquisas de opinião. Mas Israel se recusou até agora a libertar Barghouti como parte do acordo do presidente Trump”.
Segundo o grupo, manter sua prisão prolonga a estagnação política e aprofunda o sentimento de injustiça vivido pela população palestina. “Somente o povo palestino tem o direito de escolher sua própria liderança”, afirma a nota a saudar o “compromisso do Presidente Mahmoud Abbas de realizar eleições livres e justas sob os auspícios internacionais nos próximos doze meses, a fim de revitalizar a governança palestina”.
No comunicado, os ex-líderes também denunciaram as condições de detenção de Barghouti e de outros prisioneiros palestinos. “Condenamos os maus-tratos, incluindo a tortura, infligidos a Marwan Barghouti e a outros prisioneiros palestinos, muitos dos quais estão detidos arbitrariamente. As autoridades israelenses devem cumprir suas responsabilidades perante o direito internacional de proteger os direitos humanos dos prisioneiros”, afirmam.























