Sábado, 6 de dezembro de 2025
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ONU e ONGs denunciam que ajuda humanitária a Gaza permitida por Israel é ‘totalmente insuficiente’

Segundo entidades, território palestino recebe entre 140 e 150 caminhões diários com água e mantimentos, mas acordo de cessar-fogo previa 600 por dia

 

O Programa Mundial de Alimentos (WFP, por sua sigla em inglês), vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), acusou Israel de continuar restringindo a quantidade de água e alimentos que ingressam diariamente à Faixa de Gaza.

A denúncia afirma, ademais, que a os mantimentos permitidos por Tel Aviv desde o início de cessar-fogo são “totalmente insuficientes” para frear a situação de fome vivida pelos palestinos residentes no território.

De acordo com o comunicado publicado pela WFP nesta terça-feira (04/11), o acordo de cessar-fogo assinado em outubro passado entre Israel e Hamas previa, em um dos seus pontos principais, que o governo do premiê sionista Benjamin Netanyahu se comprometia a permitir a entrada de 600 caminhões diários com água, alimentos, medicamentos e produtos de necessidade básica.

A entidade alega, no entanto, que na prática são registrados menos da metade disso por dia: entre 140 e 150 caminhões, segundo relatos dos voluntários que atuam na região.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, por sua sigla em inglês), outra entidade ligada à ONU, afirma que mesmo com o maior fluxo de caminhões com suprimentos desde o cessar-fogo, ainda há um quadro severo de desnutrição, que afeta principalmente as crianças.

Segundo o OCHA, todas as crianças refugiadas em Gaza sofrem com algum grau de desnutrição e cerca de 10% delas enfrentam desnutrição aguda, com risco de morte.

Palestinos tentam conseguir comida em centro de refugiados na Faixa de Gaza
Wafa

‘Condições inimagináveis’

Outras entidades que trabalham em favor dos palestinos sobreviventes do genocídio cometido por Israel em Gaza corroboram as informações denunciadas pela WFP e afirmam que tal situação

Em entrevista ao canal catari Al Jazeera, a ativista Shaina Low, porta-voz do Conselho Norueguês para Refugiados, “a fome ainda está presente em todo o território da Faixa de Gaza”.

“Há centenas de milhares de pessoas enfrentando condições de vida que são inimagináveis e a quantidade de produtos que Israel permite ingressar ao território é totalmente insuficiente”, explica Low.

A ativista também alega que “essa situação não só impede reverter a fome e a sede das pessoas como ainda agrava o problema”

Resposta de Israel

Em resposta às acusações, o governo de Israel afirmou em um comunicado que está cumprindo suas obrigações de acordo com o estabelecido no cessar-fogo com o Hamas.

Ademais, Tel Aviv alega que a culpa da fome dos palestinos seria do Hamas, “cujos militantes roubam os alimentos antes que eles possam ser distribuídos”.

Com informações de Al Jazeera.