Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta sexta-feira (07/06) que Israel entrou na “lista da vergonha” da entidade, que elenca países e grupos armados que cometem graves violações contra crianças em conflitos.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmou o anúncio e informou que o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, recebeu uma ligação do gabinete de Guterres com o comunicado.

Segundo o jornal Al Jazeera, o documento deve ser apresentado ao Conselho de Segurança da ONU em 14 de junho, em um relatório anual que analise países e organizações que não se esforçam para proteger crianças em conflitos armados, baseado em dados de 2023.

Apesar de não ter efeitos práticos, como sanções, o anúncio pode influenciar em ações contra a ofensiva israelense em Gaza.

Assim, a ação da ONU é tomada à medida que o número de vítimas da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ultrapassa 36 mil, em sua maioria mulheres e crianças.

O representante de Israel na ONU tornou pública a decisão da entidade por meio de um vídeo com partes do telefonema que recebeu da chefe de gabinete de Guterres, Courtney Rattray, anteriormente. Por meio das redes sociais, Erdan disse estar “totalmente chocado e enojado” e classificou a adição de Israel à lista como “vergonhosa”.

O representante israelense na ONU ainda declarou que o Exército de Israel é “o exército mais moral do mundo”.

Philippe Lazzarini/Twitter
Ação da ONU é tomada à medida que número de vítimas da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ultrapassa 36 mil, em sua maioria mulheres e crianças

Por sua vez, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu à decisão da ONU dizendo que a entidade “se colocou na lista negra da história” e que a adesão de Israel à lista de agressores de crianças em conflitos é aliar-se “aos apoiadores dos assassinos do Hamas”.

Em concordância com Erdan, Netanyahu reiterou que “o exército israelense é o exército mais moral do mundo, e nenhuma decisão delirante da ONU mudará isso.”

Já a Autoridade Palestina (AP), responsável pelo governo do enclave, declarou que a decisão “é um passo mais perto de responsabilizar Israel pelos seus crimes”.

Por outro lado, a ONU também notificou que o grupo palestino Hamas e a Jihad Islâmica também serão adicionados à lista de organizações que ferem crianças em conflitos armados.

Outros grupos que fazem parte do relatório atual são o Talibã, o Estado Islâmico e o exército russo pelas ações na guerra da Ucrânia. O jornal israelense Times of Israel destaca que Tel Aviv “é a primeira democracia” a fazer parte desta lista.

(*) Com Ansa