Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O chefe da agência de ajuda humanitária das Nações Unidas à Palestina acusou as autoridades israelenses por fazerem uso dos meios de comunicação social como ferramenta para “criar um fluxo de desinformação infundada” sobre os obstáculos que o órgão enfrenta na entrega de recursos básicos à população na Faixa de Gaza.

Nesta sexta-feira (29/12), Philippe Lazzarini, declarou que Israel insinuou e responsabilizou a agência de ajuda humanitária “pelas lacunas nas entregas de ajuda”:

“Essas declarações foram amplificadas pela mídia israelense e por outras mídias sociais”, destacou Lazzarini, ao condenar as desinformações espalhadas pelo governo liderado por Benjamin Netanyahu.

O representante ainda acrescentou que, apesar do auxílio fornecido por Egito através da passagem de Rafah, os israelenses continuam impondo “severas restrições” ao acesso humanitário e limitando o transporte de recursos necessários para a sobrevivência dos palestinos.

“Não é hora de trocar acusações e promover desinformação. O direito humanitário internacional é muito claro: o Estado de Israel, como potência ocupante, deve garantir que a população tenha acesso e receba serviços básicos”, disse ele.

Philippe Lazzarini desmentiu autoridades israelenses que questionam competência do órgão na entrega de recursos ao explicar que é o próprio governo de Tel Aviv que impõe ‘severas restrições’

Twitter/State of Palestine – MFA

Agência da ONU critica promoção de informações falsas pelas autoridades de Israel sobre a ‘ineficácia’ na entrega de ajuda humanitária

Por meio da plataforma X, Lazzarini chegou a fazer um apelo aos meios de comunicação para que as informações sejam checadas antes de serem publicadas.

Enquanto isso, as hostilidades israelenses contra o povo palestino, promovidas pela campanha considerada a mais brutal dos últimos tempos, estão em seu estágio mais desastroso.

Só nesta sexta-feira (29/12), os ataques comandados pelas autoridades de Tel Aviv, que têm como pretexto “eliminar o Hamas”, mataram pelo menos 200 civis em menos de 24 horas, em uma ofensiva concentrada no centro da Faixa de Gaza.

Neste sábado (30/12), o Ministério da Saúde palestino contabiliza pelo menos 21.672 de seus civis mortos, sobretudo mulheres e crianças, além de outros 56,165 feridos. Já as autoridades de Tel Aviv estimam que cerca de 1.200 israelenses foram mortos pelo Hamas, principalmente durante a ofensiva lançada pelo grupo palestino em 7 de outubro.