Agência da ONU acusa Israel de espalhar desinformação sobre 'ineficácia' de ajuda humanitária em Gaza
Philippe Lazzarini desmentiu autoridades israelenses que questionam competência do órgão na entrega de recursos ao explicar que é o próprio governo de Tel Aviv que impõe ‘severas restrições’
O chefe da agência de ajuda humanitária das Nações Unidas à Palestina acusou as autoridades israelenses por fazerem uso dos meios de comunicação social como ferramenta para “criar um fluxo de desinformação infundada” sobre os obstáculos que o órgão enfrenta na entrega de recursos básicos à população na Faixa de Gaza.
Nesta sexta-feira (29/12), Philippe Lazzarini, declarou que Israel insinuou e responsabilizou a agência de ajuda humanitária “pelas lacunas nas entregas de ajuda”:
“Essas declarações foram amplificadas pela mídia israelense e por outras mídias sociais”, destacou Lazzarini, ao condenar as desinformações espalhadas pelo governo liderado por Benjamin Netanyahu.
O representante ainda acrescentou que, apesar do auxílio fornecido por Egito através da passagem de Rafah, os israelenses continuam impondo “severas restrições” ao acesso humanitário e limitando o transporte de recursos necessários para a sobrevivência dos palestinos.
“Não é hora de trocar acusações e promover desinformação. O direito humanitário internacional é muito claro: o Estado de Israel, como potência ocupante, deve garantir que a população tenha acesso e receba serviços básicos”, disse ele.

Twitter/State of Palestine – MFA
Agência da ONU critica promoção de informações falsas pelas autoridades de Israel sobre a ‘ineficácia’ na entrega de ajuda humanitária
Por meio da plataforma X, Lazzarini chegou a fazer um apelo aos meios de comunicação para que as informações sejam checadas antes de serem publicadas.
Media should verify their reports & cross-check information including statements from Government officials, before publishing information.
My full statement today?https://t.co/mt3j6E61B4…
— Philippe Lazzarini (@UNLazzarini) December 29, 2023
Enquanto isso, as hostilidades israelenses contra o povo palestino, promovidas pela campanha considerada a mais brutal dos últimos tempos, estão em seu estágio mais desastroso.
Só nesta sexta-feira (29/12), os ataques comandados pelas autoridades de Tel Aviv, que têm como pretexto “eliminar o Hamas”, mataram pelo menos 200 civis em menos de 24 horas, em uma ofensiva concentrada no centro da Faixa de Gaza.
Neste sábado (30/12), o Ministério da Saúde palestino contabiliza pelo menos 21.672 de seus civis mortos, sobretudo mulheres e crianças, além de outros 56,165 feridos. Já as autoridades de Tel Aviv estimam que cerca de 1.200 israelenses foram mortos pelo Hamas, principalmente durante a ofensiva lançada pelo grupo palestino em 7 de outubro.























