Oficiais dos EUA apontam participação de Netanyahu em ataque de drones contra Flotilha

O premiê israelense Benjamin Netanyahu ordenou os ataques de drones e de dispositivos incendiários contra as embarcações Family e Alma, da Flotilha Global Sumud (GSF) ocorridos em 8 e 9 de setembro no porto tunisiano de Sidi Bou Said.

A informação foi dada por dois oficiais da inteligência norte-americana, sob anonimato, para a CBS News. Em reportagem publicada nesta sexta-feira (03/10), o veículo informa que o ataque que atingiu barcos ancorados no porto tunisiano foi conduzido por drones lançados de um submarino israelense. Segundo os oficiais dos EUA, a ação foi “provocação deliberada e desnecessária”.

A operação utilizou drones e armas incendiárias proibidas contra alvos civis, o que é vedado pelas convenções internacionais. “A confirmação do envolvimento israelense não nos surpreenderia; apenas revelaria um padrão grotesco de arrogância e impunidade que mais cedo ou mais tarde será cobrado”, afirmou a GSF, em comunicado à CBS.

Family e Alma

O primeiro ataque ocorreu no dia 8 de setembro contra o Family Boat, embarcação de bandeira portuguesa e líder da flotilha, no qual estavam o ativista brasileiro Thiago Ávila e a ambientalista sueca Greta Thunberg, entre outros.

Oficiais dos EUA afirmam que Netanyahu ordenou ataque de drones contra Flotilha
Rory Arnold/ Governo UK – Wikipedia Commons

Na ocasião, o fogo foi rapidamente controlado e nenhum dos seis tripulantes ficou ferido, embora o navio tenha sofrido danos significativos.

No dia seguinte, 9 de setembro, foi a vez do Alma, navio de bandeira britânica.

Autoridades tunisianas negaram ter detectado drones na região e sugeriram que o incêndio poderia ter sido causado por falha interna. No entanto, as imagens divulgadas pela Flotilla e analisadas pela CBS mostram claramente um objeto em chamas caindo sobre a embarcação, refutando a hipótese de acidente.

A Flotilha contabilizou ataques de pelo menos 15 drones de baixa altitude no sul da Grécia, que promoveram danos e levaram à interrupção do sistema de comunicação das embarcações. Na última quarta-feira (03/10), a Marinha israelense deu início à interceptação das 42 embarcações da flotilha. O último barco foi interceptado nesta sexta-feira (03/10). Mais de 400 pessoas foram presas.