No Conselho da ONU, chanceler do Líbano condena 'agressão terrorista' de Israel contra seu país
Segundo Abdallah Bou Habib, Estado israelense se tornou 'desonesto' e feriu direito internacional humanitário; sessão foi convocada pela Argélia após explosões de pagers e walkie-talkies
O ministro das Relações Exteriores libanês, Abdallah Bou Habib, declarou nesta sexta-feira (20/09) que “ninguém mais está seguro” depois das sucessivas ofensivas lançadas por Israel no Líbano.
A fala foi dada durante a sessão emergencial do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em Nova York, convocada pela Argélia no âmbito das explosões de pagers e walkie-talkies no Líbano, as quais deixaram dezenas de mortos e feriram milhares de civis. A autoria dos ataques foi atribuída ao governo israelense.
“Ninguém neste mundo está mais seguro após os ataques eletrônicos que foram realizados recentemente no Líbano. Esses foram ataques insondáveis. Eles causaram ferimentos em milhares de civis inocentes, incluindo crianças, mulheres e idosos”, disse Habib, acrescentando que o ataque sobrecarregou o sistema de saúde nacional e instalou um estado de pânico entre o povo.
O diplomata libanês também alertou que, se o Conselho de ONU como um todo não condenar o incidente ocorrido nesta semana, a credibilidade do direito internacional estará em risco, uma vez que a “agressão terrorista” de Israel violou os princípios básicos do direito humanitário.
“Se este ataque terrorista não for condenado pelo Conselho, se você não nomear o perpetrador, se não dissuadir o perpetrador, nem condená-lo e obrigá-lo a parar tais agressões… A credibilidade deste Conselho, do direito internacional e do direito dos direitos humanos estão em jogo”, pontuou. “Israel se tornou um Estado desonesto.”

Reprodução/UN News
O ministro das Relações Exteriores libanês, Abdallah Bou Habib, afirmou nesta sexta-feira (20/09) que “ninguém está seguro” após as sucessivas ofensivas lançadas por Israel no Líbano
Posição de Israel
Durante a sessão, o embaixador israelense Danny Danon culpou o Hezbollah por lançado “centenas de foguetes” na região norte de seu país, desde 8 de outubro de 2023, em apoio à luta do Hamas pela libertação da Palestina.
“Foi um ataque calculado para mostrar apoio ao Hamas”, afirmou o diplomata.
“Israel não permitirá que isso continue. Nosso objetivo é muito claro. Restauraremos a segurança em nossas fronteiras ao norte e traremos nosso povo para casa”, acrescentou, destacando que o governo de Israel “fará o que for preciso para isso”.























