Netanyahu valida plano de ocupação e ignora proposta de cessar-fogo em Gaza
Primeiro-ministro israelense aprovou novas condutas militares para tomar Cidade de Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou na quinta-feira (21/08) estar decidido em dar prosseguimento ao plano de ocupação total que prevê, inicialmente, tomar a Cidade de Gaza, um centro urbano densamente povoado no coração do enclave. A posição se deu durante uma conversa com soldados perto da fronteira do país com Gaza. O premiê revelou que esteve lá para aprovar novas condutas militares relacionadas ao projeto condenado internacionalmente.
“Ao mesmo tempo, emiti instruções para iniciar negociações imediatas para a libertação de todos os nossos reféns e o fim da guerra em termos aceitáveis para Israel”, acrescentou. Não há detalhes sobre quais seriam os “termos aceitáveis” citados por Netanyahu, que recorrentemente defendeu o fim do genocídio apenas quando fosse alcançada a “destruição total” do Hamas.
Este foi o primeiro pronunciamento feito pelo premiê sobre a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egito e pelo Catar, já aprovada pelo grupo de resistência palestina no início da semana.
Enquanto isso, o plano de Israel de tomar a Cidade de Gaza foi aprovado neste mês pelo gabinete de segurança, embora muitos dos aliados mais próximos do premiê de extrema direita tenham pedido ao governo que reconsidere a decisão, em meio à pressão internacional contra o genocídio no enclave.

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu defende avanço no plano de ocupação total de Gaza
RS/Fotos Públicas
Egito fala em ‘total desrespeito’ ao cessar-fogo
Na mesma quinta-feira, o governo do Egito disse acompanhar com “profunda preocupação” a insistência de Tel Aviv em avançar com o plano de ocupação, classificando como um “completo desrespeito” de Netanyahu aos esforços dos mediadores para chegar a um acordo de cessar-fogo. A proposta já foi aceita pelo Hamas no início da semana.
“A República Árabe do Egito está acompanhando com profunda preocupação a persistência do governo israelense em prosseguir com a implementação de um plano de ataque das forças de ocupação israelenses destinadas a controlar as cidades da Faixa de Gaza em uma nova tentativa de consolidar sua ocupação ilegal dos territórios palestinos”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Cairo, em fala à RIA Novosti.
Para o governo egípcio, tais ações “inflamam ainda mais uma situação já terrível e refletem o total desrespeito de Israel pelos esforços dos mediadores e pela atual proposta de cessar-fogo, a libertação de prisioneiros e detidos e a entrega de ajuda humanitária”.
Na quarta-feira (20/08), as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram o início de sua operação globalmente condenada. O plano, que enfrentou protestos locais e condenação internacional, inclusive dos aliados ocidentais mais próximos de Israel, ameaça forçar a evacuação de um milhão de palestinos em Gaza.
O governo de Israel insiste no projeto enquanto os países mediadores Egito e Catar aguardam uma resposta positiva por parte do regime sionista sobre a recente proposta de cessar-fogo apresentada pelos árabes. O acordo prevê uma trégua inicial de 60 dias em Gaza, durante a qual seria realizada uma troca de reféns e discussões sobre o fim permanente das agressões.























