Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ignorou os apelos dos familiares dos reféns que ainda estão na Faixa de Gaza e fez uma ameaça, nesta quarta-feira (10/09), ao Catar “e todas as nações que abrigam terroristas”: “ou os expulsem ou os levem à justiça. Porque se não o fizerem, nós faremos”.

A declaração do primeiro-ministro vem após Israel realizar, na última terça-feira (09/09), uma ofensiva contra a capital catari, Doha, para eliminar lideranças do Hamas que estavam no país.

Por outro lado, as famílias das pessoas sequestradas pelo grupo palestino em 7 de outubro de 2023 e ainda mantida no enclave afirmam que a ação gerou “mais incerteza do que nunca” sobre as possibilidades de resgate.

Segundo noticiou a imprensa israelense, as famílias temem que a decisão do governo Netanyahu possa atrapalhar as negociações para o fim do conflito e a libertação dos reféns — uma vez que o Catar é um dos mediadores e sede das reuniões de negociação.

“A possibilidade de recuperar os prisioneiros agora enfrenta mais incerteza do que nunca, com grande preocupação sobre o preço que poderá ter que ser pago” noticiou o Canal 13 israelense, citando as famílias dos reféns.

Já Einav Zangauker, mãe do refém Metan Zangauker, acusou diretamente o primeiro-ministro israeçense a ameaçar a vida de seu filho, que ainda está detido no enclave palestino.

Familiares de reféns acusam Netanyahu de minar possibilidade de acordo para libertação e fim da guerra 
Benjamin Netanyahu/x

“Por que Netanyahu insiste em destruir toda e qualquer chance de acordo? A vida do meu filho está em perigo real”, declarou em entrevista ao Canal 12.

“Vez após vez, o primeiro-ministro arruína o acordo — qualquer acordo que esteja na mesa. Estou cansada, os israelenses estão cansados ​​desta guerra. Parem com isso agora e tragam de volta todos os prisioneiros em um acordo abrangente”, instou.

De acordo com o jornal libanês Al Mayadeen, as famílias recorreram ao Supremo Tribunal de Israel “exigindo uma explicação oficial sobre a política do governo em relação à guerra e às negociações”.

“Enviamos uma petição à Suprema Corte para examinar a violação, pelo governo, dos direitos dos prisioneiros e de suas famílias”, informaram as famílias.

Após a ofensiva de Israel contra o território do Catar, o Hamas afirmou que a ação colocava em risco as negociações. “Atacar a delegação negociadora, no exato momento em que esta discutia a mais recente proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirma, sem sombra de dúvida, que Netanyahu e seu governo não querem chegar a nenhum acordo”.

“Eles estão deliberadamente trabalhando para sabotar todas as oportunidades e sabotar os esforços internacionais, independentemente do destino de seus prisioneiros, da soberania do Estado ou da segurança regional”, acusou o grupo de resistência palestino.