Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu demitiu na terça-feira (21/10) seu conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, com efeito imediato, após relatos de discordâncias sobre as políticas durante a guerra em Gaza.

“O primeiro-ministro Netanyahu me informou hoje sobre sua intenção de nomear um novo chefe do Conselho de Segurança Nacional”, declarou Hanegbi em comunicado à noite, segundo o Times Of Israel. “Em vista disso, meu mandato como conselheiro de segurança nacional e chefe do Conselho de Segurança Nacional (CSN) encerra-se hoje.”

Membro sênior do partido Likud e ministro desde os anos 1990, Hanegbi teria se oposto ao plano de Netanyahu de invadir a Cidade de Gaza durante o verão, bem como ao ataque mal sucedido do mês passado contra líderes do Hamas no Catar.

Gil Reich, que ocupava o cargo de vice, assumirá imediatamente a função de chefe interino do Conselho de Segurança Nacional e conselheiro de segurança nacional. Antes de tornar-se vice em 2022, Reich atuara como vice-diretor da Comissão de Energia Atômica de Israel.

“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradece a Tzachi Hanegbi por seu serviço como chefe do Conselho de Segurança Nacional nos últimos três anos e lhe deseja muito sucesso em seus empreendimentos futuros e boa saúde”, afirmou em nota o gabinete do premiê.

Tzachi Hanegbi admite responsabilidade por 'terrível fracasso' de 7 de outubro e defendia acordo parcial com Hamas; oposição vê mudança como 'substituição por bajuladores'

Tzachi Hanegbi admite responsabilidade por ‘terrível fracasso’ de 7 de outubro e defendia acordo parcial com Hamas; oposição vê mudança como ‘substituição por bajuladores’
Chaim Goldberg/Flash90

A saída de Hanegbi era amplamente esperada, após semanas de especulações em Israel sobre as crescentes divisões entre as duas autoridades em relação ao conflito israelense em Gaza. A mídia local relatou que havia tensões de longa data devido à oposição de Hanegbi à tomada militar total da Cidade de Gaza e a seu apoio à busca de um acordo parcial com o Hamas.

Hanegbi também admitira sua própria responsabilidade pelo “terrível fracasso de 7 de outubro” e, segundo o Times of Israel, em uma mensagem aparentemente dirigida ao primeiro-ministro — que há muito se opõe a uma comissão estadual de inquérito sobre o assunto —, disse que o ocorrido “deve ser investigado minuciosamente para garantir que as lições necessárias sejam aprendidas e para ajudar a restaurar a confiança pública, que foi abalada”.

“O terrível fracasso… deve ser investigado minuciosamente para garantir que as lições apropriadas sejam aprendidas e para ajudar a restaurar a confiança que foi quebrada”, escreveu ele.

O governo de Netanyahu ainda não criou uma comissão para apurar o ocorrido, com a oposição israelense acusando-o de atrasar o processo.

O ex-chefe do exército israelense que se tornou político da oposição, Gadi Eisenkot, criticou a demissão, escrevendo no X que “é uma expressão da contínua evasão de responsabilidade de todos os membros do Gabinete e do primeiro-ministro no desastre de 7 de outubro — a fim de substituí-los por bajuladores”.