Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em paralelo à reunião emergencial do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) que discute o recente plano de ocupação total de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu detalhou neste domingo (10/08) como pretende tomar a Faixa de Gaza. De acordo com o premiê, o Hamas “se recusou a se desarmar” e, portanto, seu governo terá de “completar o trabalho e derrotar” o grupo palestino. 

Em coletiva, Netanyahu afirmou que para a execução de seu plano, os militares de Israel devem enfrentar os “redutos restantes” do movimento de resistência palestino, que incluem a Cidade de Gaza e uma faixa de terra no centro do enclave que abrange vários campos de refugiados, juntamente com o al-Mawasi.

“Esta é a melhor maneira de acabar com a guerra, e a melhor maneira de acabar rapidamente”, afirmou Netanyahu, após 22 meses de genocídio na Faixa de Gaza. Segundo ele, a “guerra pode terminar amanhã” se o Hamas “depor as armas e libertar todos os reféns restantes”.

‘Cinco princípios para concluir a guerra’

Netanyahu revelou o que chamou de os “cinco princípios para concluir a guerra” na Faixa de Gaza. Os tópicos incluem: desarmamento do Hamas; libertação de todos os prisioneiros israelenses; desmilitarização de Gaza;  substituição do controle de segurança; estabelecimento de uma administração civil não israelense.

A autoridade israelense ressaltou que o enclave deverá ser desmilitarizado e seu governo manterá “a responsabilidade pela segurança”. Além disso, destacou que “uma administração civil não israelense” será estabelecida em Gaza.

Aos jornalistas, Netanyahu explicou que sua política sempre foi evitar uma crise humanitária na região e, por isso, Israel distribuiu “dois milhões de toneladas de ajuda” e enviou milhares de “mensagens de texto aos moradores de Gaza para pedir a todos para se afastarem do perigo”. Entretanto, sua fala entra em contradição, uma vez que o governo israelense seguiu bloqueando o acesso à ajuda humanitária e soldados de seu próprio exército revelaram que têm sido ordenados a atirar em palestinos que esperam por comida filas de postos de distribuição coordenados pela controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês).

Questionado sobre as divergências relatadas entre o primeiro-ministro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a situação da crise humanitária, já que o republicano afirma existir uma clara fome em Gaza, Netanyahu respondeu apenas que “aprecia muito o apoio do presidente Trump” no genocídio.

Durante coletiva, primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, detalha plano de ocupação de Israel
Captura de tela/Times of Israel

Sobre a implementação do plano de Gaza, Netanyahu não forneceu detalhes, mas disse que o “cronograma estabelecido para a intervenção é bastante rápido” e tem “prazo curto”. Segundo ele, enquanto o plano de ocupação vigorar, corredores “seguros” seriam designados para maior distribuição de auxílio no enclave, além de um aumento no número de pontos de distribuição e mais lançamentos aéreos pelas forças israelenses e outros parceiros.

Por fim, Netanyahu também afirmou que jornalistas de mídias estrangeiras serão impedidos de entrar na região, a não ser que tenham a autorização explícita das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). 

Novo governo

De acordo com o premiê, Israel identificou “vários candidatos” para uma “autoridade de transição” para governar Gaza após a conclusão de seu plano de ocupação. Segundo ele, vários países árabes concordam com a sua gestão sobre a prioridade de desarmamento do Hamas.

“Existem vários candidatos de que estamos falando, várias construções. E é um período de transição, uma autoridade de transição. Não queremos ficar em Gaza, esse não é o nosso propósito”, alegou.

(*) Com Ansa