Sábado, 6 de dezembro de 2025
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As negociações indiretas entre as delegações de Israel e do Hamas, iniciadas em Sharm el-Sheikh, no Egito, nesta segunda-feira (06/10), devem durar “alguns dias”, informou à emissora norte-americana CNN uma fonte próxima às tratativas. As discussões naquele país contam com a presença de mediadores dos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia.

Os lados israelense e palestino discutem os detalhes da proposta de paz apresentada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada, visando alcançar um acordo que leve ao fim do genocídio na Faixa de Gaza.

De acordo com fontes egípcias ouvidas pelo jornal The Times of Israel, o Hamas está “buscando esclarecimentos sobre vários detalhes”, incluindo o tópico sobre as garantias de que Israel cumprirá a promessa de retirar suas tropas do enclave, assim que o grupo libertar os israelenses.

Ainda ao veículo, um diplomata árabe explicou que o primeiro dia de negociações tem como objetivo principal abrir espaço para que tanto o regime sionista quanto o grupo palestino apresentem suas posições e que, desta forma, os mediadores possam identificar quais são as lacunas a serem fechadas.

Nos EUA, nesta segunda-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, concedeu uma coletiva sobre o assunto, e evitou dar um prazo para as negociações quando questionada pelos jornalistas locais.

“É importante que façamos isso rapidamente para que ganhemos impulso, resgatemos os reféns e, então, passemos para a próxima etapa, que é garantir que possamos criar uma paz duradoura em Gaza e um local que não ameace a segurança de Israel ou dos Estados Unidos”, afirmou a funcionária norte-americana. Leavitt dividiu o plano costurado por Trump em duas partes, sendo a primeira a libertação dos reféns e, a segunda, a governança de Gaza no momento pós-guerra.

Segundo a emissora catari Al Jazeera, neste momento, os palestinos em Gaza acompanham as negociações com “uma mistura de expectativa, otimismo, cautela e ceticismo”. Ao veículo, Essam Hararah, que está em al-Mawasi, uma área superlotada no norte do enclave com tendas de dezenas de milhares de palestinos que foram deslocados da Cidade de Gaza, afirmou ser prioridade o “fim do sofrimento humano”. “A situação em Gaza tornou-se deplorável”, declarou.

No Egito, Hamas e Israel discutem o plano de paz proposto pelo presidente norte-americano Donald Trump
IRNA/Fotos Públicas

Plano de Trump

O plano de paz de Trump endossado por Israel foi parcialmente aprovado pelo Hamas na sexta-feira (03/10), após dias de avaliação. O grupo palestino concordou em libertar os prisioneiros israelenses, porém, apontou por outro lado a necessidade de modificar alguns dos parágrafos do documento inicial.

A proposta de paz norte-americana engloba 20 tópicos e menciona a criação de uma zona “desradicalizada”, livre de grupos armados e que não representará mais uma ameaça aos seus vizinhos, exigindo o desarmamento do Hamas e demais resistências palestinas. A resposta do grupo não deixou clara sua posição quanto à exigência, sendo um dos pontos que os mediadores devem negociar. 

O plano também abre a possibilidade para a criação de um Estado palestino, sendo este um dos pontos duramente rejeitados em declarações públicas pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu nestes últimos dias.

Assim que o texto foi parcialmente aprovado pelo Hamas, o presidente dos EUA instou Israel a parar seus ataques no enclave. Entretanto, mais de 100 pessoas foram mortas desde o aviso norte-americano, de acordo com as autoridades sanitárias de Gaza. Apenas nas últimas 24 horas desta segunda-feira, o Ministério da Saúde de Gaza contabilizou 24 palestinos mortos e 96 feridos em novos ataques israelenses.