Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Um navio com 200 toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza zarpou do porto de Larnaca, no Chipre, nesta terça-feira (12/03), utilizando um corredor marítimo aberto pela União Europeia no Oriente Médio.

A embarcação denominada Open Arms carrega alimentos para a população palestina afetada pela ofensiva israelense em Gaza como farinha, proteína e arroz, e foi financiada pelos Emirados Árabes Unidos com a organização da instituição beneficente norte-americana World Central Kitchen (WCK).

A via marítima para a entrega de ajuda humanitária tornou-se uma rota alternativa diante dos ataques israelenses contra palestinos em filas para conseguir os pacotes de alimentos, o mau funcionamento de drones com pacotes de ajuda que atingiram e mataram civis, e o bloqueio de caminhões das Nações Unidas por Israel nas fronteiras.

O carregamento com alimentos deve chegar em Gaza em até dois dias, fazendo uma trajetória de 320 quilômetros. Diante da falta de infraestrutura na região para receber o navio, a WCK está construindo um cais de desembarque para os pacotes de ajuda com entulho e material de edifícios destruídos, segundo a agência de notícias Reuters.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 16% das crianças com menos de dois anos – o equivalente a um em cada seis recém-nascidos – estão gravemente desnutridas no norte de Gaza, onde 300 mil pessoas estão praticamente presas sem ajuda alimentar.

José Andrés/Twitter
Carregamento com alimentos deve chegar em Gaza em até dois dias, fazendo uma trajetória de 320 quilômetros

Em Rafah, no sul, onde Israel está atualmente concentrando os ataques militares, a porcentagem de crianças (menores de dois anos) gravemente desnutridas é de 5%.

Antes do conflito, a desnutrição aguda afetava 0,8% das crianças com menos de cinco anos na Faixa de Gaza.

Neste contexto, Yazan Al-Kafarna, de dez anos de idade, tornou-se um retrato da crise humanitária e da fome que o conflito gerou na população palestina. A criança tinha paralisia cerebral e dependia de uma dieta alimentar especial impossível de ser obtida em meio à guerra. O garoto faleceu por desnutrição grave no centro clínico Al-Awda em Rafah no último sábado (09/03).

(*) Com Ansa