Na Itália, atos pró-Palestina reúnem mais de 2 milhões e criticam ‘omissão’ de Meloni

As principais cidades da Itália foram palcos, nesta sexta-feira (03/10), de grandes manifestações em defesa da Palestina, após sindicatos terem convocado uma greve geral para protestar contra a interceptação de Israel contra a Flotilha Global Sumud, que planejava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Os atos foram convocados pelas principais centrais sindicais italianas para protestar contra o que elas chamam de omissão do governo da premiê Giorgia Meloni perante a prisão dos ativistas da flotilha em águas internacionais.

A missão de quase 50 barcos levava cerca de 500 tripulantes do mundo todo, incluindo mais de 10 brasileiros e aproximadamente 40 italianos, com o objetivo de furar o bloqueio naval contra a Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária para a população civil. Os italianos representavam a segunda maior delegação da missão humanitária, atrás apenas dos espanhóis, com quase 50 integrantes.

Sciopero: Cgil, più di 2 mln di persone in oltre 100 piazze
Landini al corteo di Roma con 300mila manifestanti

Roma, 3 ottobre – La mobilitazione di oggi è stata un successo: più di 2 milioni di persone sono scese in piazza per partecipare ai cortei che si sono svolti in oltre… pic.twitter.com/58krppdRYW

— CGIL Nazionale (@cgilnazionale) October 3, 2025

A mobilização, convocada pela Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil) e pela União Sindical de Base (USB), ocorreu apesar de o órgão de vigilância de greves ter definido a paralisação como “ilegítima” por ter sido marcada de última hora.

Os sindicatos responsáveis pelas manifestações afirmaram que a mobilização levou mais de dois milhões de pessoas às ruas de todo o país.

“A mobilização de hoje foi um sucesso: mais de 2 milhões de pessoas saíram às ruas para participar de marchas em mais de 100 cidades durante a greve geral nacional em defesa da flotilha e dos valores constitucionais para interromper o genocídio e em apoio à população de Gaza”, celebrou a Cgil.

Segundo a entidade, apenas a manifestação na capital Roma teve a participação de mais de 300 mil ativistas, que marcharam pelo centro histórico com bandeiras da Palestina, em meio a palavras de ordem contra Israel e o governo italiano e ao som das notas de Bella ciao!, canção de resistência antifascista.

Apenas em Milão, segundo a Cgil, a marcha reuniu pelo menos 100 mil pessoas, enquanto agentes das forças de segurança falam em 50 mil participantes.

Na Itália, protestos eclodiram desde intercetpação da Flotilha em águas internacionais por Israel
CGIL Nazionale/X

Já em Veneza, manifestantes bloquearam as ligações por terra entre o continente e o centro histórico e estenderam uma faixa com os dizeres “Gaza livre” no topo do edifício do estacionamento público na porta da cidade antiga.

Em Livorno, na Toscana, ativistas fecharam o acesso ao porto local, dando origem a longas filas de caminhões. “As ruas estão lotadas. Essa reação humanitária de fraternidade e solidariedade é uma coisa da qual temos de nos orgulhar”, disse o líder da Cgil, Maurizio Landini.

“Questa giornata rende onore al nostro Paese”.

È il giorno dello sciopero generale in difesa di Flotilla per Gaza. Già dalle prime ore della mattinata cortei e manifestazioni stanno mobilitando l’Italia. Le piazze sono piene: Roma, Milano, Torino, Bari, Venezia, Firenze,… pic.twitter.com/Gtnogy9U1U

— CGIL Nazionale (@cgilnazionale) October 3, 2025

Os números de participantes, no entanto, não foram confirmados pelas forças de segurança até o momento. Em nota, a Cgil destacou o “clima pacífico e democrático” dos protestos e disse que a greve geral teve “adesão de cerca de 60%” dos trabalhadores.

“As manifestações tiveram uma presença extraordinária e sem precedentes de jovens, que pedem um futuro de paz e justiça social”, comentou o secretário do sindicato, Maurizio Landini.

Há exata uma semana, outra greve já havia levado 500 mil pessoas às ruas de toda a Itália para protestar em prol da Palestina, enquanto manifestações espontâneas eclodiram na noite de quarta-feira (01/10), logo após a interceptação da Flotilha Global Sumud por Israel.

(*) Com Ansa