Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou na tarde de sexta-feira (26/09) que suspendeu suas atividades na Cidade de Gaza em virtude dos amplos e “implacáveis” ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) na região.

Segundo o MSF, a segurança do município do enclave palestino se deteriorou rapidamente, pois ataques aéreos acontecem de maneira constante. A entidade acrescentou que tanques estão passando a menos de um quilômetro de suas instalações de saúde.

A organização afirmou que a decisão foi inevitável, não tendo outra escolha a não ser suspender as atividades, pois as “clínicas estão cercadas por forças israelenses”.

“Isso é a última coisa que queríamos, pois as necessidades na Cidade de Gaza são enormes e as pessoas mais vulneráveis não conseguem se locomover e correm grave perigo”, declarou Jacob Granger, coordenador de emergências da MSF.

Antes da decisão, equipes do MSF ainda realizaram atendimentos e consultas no enclave, atendendo cerco de 1.655 pacientes com desnutrição. Essa condição vem sendo denunciada por organismos humanitários.

Mais recentemente, um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), sistema apoiado pelas Nações Unidas para monitoramento da fome, declarou oficialmente que Gaza enfrenta condições de Fase 5 — a mais grave da escala de insegurança alimentar aguda, que significa fome.

Segundo o documento, mais de 500 mil palestinos estão na Fase 5 e vivem em “situação catastrófica”, marcada por inanição, miséria e risco de morte; a previsão é de que o número chegue a 640 mil até o final de setembro.

ataques em gaza

Israel escalou ataques no enclave palestino
IRNA/Fotos Públicas

Sem saída e hospitais em colapso

A organização internacional mencionou que ainda existem centenas de milhares de pessoas impossibilitadas de deixar a Cidade de Gaza.

O grupo, além disso, afirmou que os hospitais que estão funcionando de forma parcial estão sobrecarregados em virtude da escassez de funcionários, suprimentos e combustível.

“Aqueles que conseguem sair ainda enfrentam uma decisão insustentável: ou permanecem, apesar das intensas operações militares e das ordens de evacuação, ou abandonam o que resta de suas casas, pertences e memórias pessoais para se mudarem para áreas onde as condições humanitárias estão se deteriorando rapidamente”, informou a MSF.

(*) Com Ansa.