Mortes por desnutrição chegam a 113 enquanto Israel intensifica ataques em Gaza

O Ministério da Saúde em Gaza informou que mais duas pessoas morreram “devido à fome e desnutrição” nas últimas 24 horas, elevando para 113 o total de vítimas fatais da crise alimentar no território.

O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) disse que seus funcionários estão desmaiando no trabalho por causa da fome. “‘As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes’: um colega em #Gaza me disse esta manhã”, escreveu Philippe Lazzarini no X.

“Eles estão cada vez mais desmaiando de fome no trabalho. Quando os cuidadores não conseguem encontrar o suficiente para comer, todo o sistema humanitário entra em colapso”, acrescentou o Comissário.

Segundo informações do serviço de emergência à emissora catari Al Jazeera, quatro palestinos foram mortos em um ataque aéreo israelense no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, nesta quinta-feira (24/07). Na região oeste do território, duas pessoas deslocadas que viviam em tendas também perderam a vida em outro bombardeio.

O conflito já deixou pelo menos 59.219 mortos e 143.045 feridos em Gaza desde outubro de 2023. Em Israel, estima-se que 1.139 pessoas tenham sido mortas nos ataques de 7 de outubro, com mais de 200 mantidas como reféns.

Pelo menos 113 pessoas morreram de fome nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza
Jaber Jehad Badwan / Wikimedia Commons

Violência se espalha pela Cisjordânia

Na Cisjordânia ocupada, dois adolescentes palestinos foram mortos pelas forças israelenses em al-Khader, ao sul de Belém, de acordo com a agência Wafa. Os corpos de Ahmad Ali Asaad Ashira al-Salah, 15 anos, e Muhammad Khaled Alian Issa, 17 anos, continuam retidos pelo exército israelense. Outras duas crianças ficaram feridas no mesmo confronto.

Durante as operações israelenses na região, pelo menos 25 palestinos foram presos em diversas localidades, incluindo Beit Ummar, Idhna, Dura al-Qari, Ramallah, al-Mazraa ash-Sharqiya e Nablus.

Demolições em massa no Vale do Jordão

No Vale do Jordão, tratores israelenses acompanhados por soldados demoliram casas palestinas na área de Ein el-Hilweh. Vídeos verificados pela agência Sanad da Al Jazeera mostram militares afastando moradores durante as destruições.

Dados da ONU revelam que mais de 2.700 estruturas foram demolidas desde o início da guerra, deixando aproximadamente 5.600 pessoas desabrigadas. O número representa um aumento significativo nas demolições de propriedades palestinas em territórios ocupados.