‘Mísseis que atingiram escola da ONU em Gaza eram equipados com sistemas de orientação dos EUA’, diz agência
Investigação da Sanad registrou componentes da empresa Honeywell, os mesmos utilizados por Israel durante um ataque em 2014
Uma investigação feita pela agência de verificação de notícias Sanad, da emissora catari Al Jazeera, revelou nesta quinta-feira (06/06) que o ataque letal de Israel direcionado a uma escola da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), que abrigava milhares de deslocados no bairro de Nuseirat, no centro de Gaza, foi realizado com o uso de mísseis equipados com dispositivos de inteligência norte-americanos.
Entre os fragmentos dos mísseis registrados nas imagens analisadas pela Sanad, foram identificados componentes da Honeywell, uma empresa dos Estados Unidos especializada em sistemas de orientação de precisão.
De acordo com a agência, tratavam-se de materiais semelhantes aos que haviam sido usados em um ataque israelense, em 2014, a uma residência palestina, no bairro de Shujayea, na cidade de Gaza. Duas peças do recente e antigo bombardeio trazem os mesmos números do fabricante e de categoria: HG1930BA06.

Twitter/Philippe Lazzarini
Ataque letal de Israel a uma escola da UNRWA que abrigava 6 mil pessoas foi ‘sem aviso prévio’
Ataque ‘sem aviso prévio’
De acordo com os dados divulgados pelo governo de Gaza, na noite de quarta-feira (05/06), as forças israelenses dispararam pelo menos três mísseis de caça contra a escola da UNRWA, o que resultou na morte de 40 deslocados, incluindo 14 crianças e nove mulheres, e deixou outras 74 pessoas feridas. 6 mil estavam abrigados quando o local foi atingido.
O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, revelou que Israel bombardeou a escola “sem aviso prévio” e afirmou que “as alegações de que grupos armados podiam estar dentro do abrigo são chocantes”
Em rede social, o representante lamentou que mais uma escola convertida em refúgio tenha sido atacada pelo exército israelense.
“Atacar, atacar ou usar edifícios da ONU para fins militares é um flagrante desrespeito ao Direito Internacional Humanitário”, disse Lazzarini.
Another horrific day in #Gaza.
Another @UNRWA school turned shelter attacked.
This time in Nuseirat, in the Middle Areas, hit overnight by the Israeli Forces without prior warning to the displaced or @UNRWA.At least 35 people were killed and many more injured.
The school… pic.twitter.com/VL5XWWhmYd
— Philippe Lazzarini (@UNLazzarini) June 6, 2024
Já a Oxfam repudiou o massacre de Israel, acrescentando que líderes mundiais devem impedir o governo de Benjamin Netanyahu “de continuar a esta carnificina e fornecer cobertura política”.
“É uma vergonha que um cessar-fogo ainda não esteja em vigor e que [o Direito Internacional Humanitário] seja quebrado por Israel repetidamente com total impunidade”, criticou um porta-voz da Oxfam.























