Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou nesta quarta-feira (13/08) que “não há mais exército que não esteja sob supervisão depois dos acontecimentos de 7 de outubro”, quando o grupo palestino Hamas atacou o território israelense e Tel Aviv retaliou com um genocídio na Faixa de Gaza.

O comunicado foi publicado após Katz bloquear reformas no alto escalão do exército israelense, sugeridas pelo chefe das Forças de Defesa Israelenses (IDF), Eyal Zamir, por terem sido decididas “sem a coordenação ou consentimento” do Ministério da Defesa.

Sem mencionar Zamir, Katz afirmou que “como Ministro da Defesa responsável pelas IDF e responsável perante os cidadãos do Estado de Israel — e somente a eles — continua a acompanhar e orientar de perto as IDF e o setor de defesa tanto no campo do uso da força quanto no campo da construção da força, com supervisão rigorosa sobre o campo das nomeações”.

O ministro do governo Benjamin Netanyahu ressaltou que “de acordo com a lei” ele é “o responsável por aprovar as nomeações” de alto escalão no exército israelense, e que “foi formulado um procedimento de consulta prévia que deve ser realizado de forma ordenada e com discussões”.

“Tenho orgulho da qualidade das nomeações que aprovei e da estrutura de comando renovada das IDF na realidade pós-7 de outubro, e pretendo continuar no mesmo caminho, baseado apenas no julgamento profissional e relacionado aos negócios”, instou.

Katz ainda classificou as nomeações feitas por Zamir sem a aprovação do Ministério da Defesa como uma tentativa de “seguir o conselho de um grupo de consultores antigovernamentais” de forma “improvisada e que não terá sucesso”.

“Sei como me reunir com as IDF para discussões operacionais aprofundadas, fornecer apoio sólido quando necessário e também exigir mudanças quando necessário. Este é o meu papel como Ministro da Defesa, e assim o fiz em todos os meus cargos anteriores”, acrescentou.

Por fim, Katz indicou que “todos os críticos e pregadores da moralidade” contrários ao seu posicionamento em relação às nomeações “leiam as investigações sobre o que aconteceu nas IDF” quando foi comandada por “decisões equivocadas”.

O ministro detalhou “decisões equivocadas” como “arrogância, cegueira e falta de supervisão” que levarão “à profundidade do enorme fracasso”. “Leiam [as investigações e se humilhem], finalizou o ministro de extrema direita.

Membros das IDF temem que, caso ministro da Defesa passe a nomear alto escalão, exército pode se transformar em “força policial”
ישראל כ”ץ Israel Katz/X

Racha entre autoridades israelenses

Por sua vez, altos funcionários da defesa israelense não identificados, citados pela Rádio do Exército, rejeitaram as declarações de Katz, acusando-o de ter bloqueado as nomeações de Zamir por suas divergências quanto ao alistamento de ultraortodoxos.

“O ministro da Defesa está tentando politizar o exército e os oficiais das Forças de Defesa de Israel (IDF). Nenhum ministro da Defesa anterior fez isso de forma tão descarada”, declarou a emissora, citada pelo jornal Times of Israel.

As fontes também afirmam que caso Katz comece a nomear os oficiais das IDF, ela seria transformada em “uma força policial”.

Já outra fonte consultada pelo Times of Israel disse que Zamir “entende exatamente o que está acontecendo” na disputa com o ministro da Defesa e que “não pretende entregar os militares a Netanyahu e Katz”.

A disputa entre as autoridades de Israel ocorre em meio à aprovação feita por Zamir das linhas gerais do plano operacional para ampliar a ocupação na Faixa de Gaza, ação que é vista com preocupação pela comunidade internacional.

Zamir, que era contra o plano devido ao risco para os reféns remanescentes em Gaza, destacou “a importância de aumentar a prontidão das tropas para o recrutamento de reservistas, garantindo, ao mesmo tempo, o período necessário para a reorganização e recuperação para as próximas missões”.

Além disso, de acordo com o Exército, o conceito central do plano para as próximas fases da operação foi apresentado e aprovado, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo gabinete do premiê Benjamin Netanyahu.

(*) Com Ansa