Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta terça-feira (7/10) que ela e dois ministros foram denunciados ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por suposta cumplicidade em genocídio, em relação à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.

De acordo com a chefe de governo italiana, que foi entrevistada em um programa da RAI, além dela e do chanceler, o ministro da Defesa do país, Guido Crosetto, e o CEO da Leonardo, Roberto Cingolani, também foram denunciados.

“Eu, os ministros Tajani e Crosetto e o CEO da Leonardo, Roberto Cingolani, fomos denunciados ao Tribunal Penal Internacional por cumplicidade em genocídio. Agora acredito que não há outro caso no mundo e na história de uma denúncia deste tipo”, disse Meloni.

A premiê não deu mais detalhes sobre o assunto, mas admitiu que o clima político na Itália está se tornando cada vez mais “bárbaro”. Meloni acrescentou que prefere não contar mais as ameaças de morte que recebe.

Meloni defendeu que a Itália não autoriza novos envios de armas para Israel e elogiou a “rígida” postura do país em relação ao conflito na Faixa de Gaza.

Meloni diz que foi denunciada por cumplicidade em genocídio em Gaza

Meloni diz que foi denunciada por cumplicidade em genocídio em Gaza
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“A Itália não autorizou nenhum novo envio de armas para Israel desde 7 de outubro, estamos entre as nações europeias com a posição mais rígida. Mantivemos essa postura e estamos sendo acusados de coisas que não fizemos”, avaliou.

TPI emite ordem de prisão contra Netanyahu

O Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia emitiu em novembro de 2024 mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e contra a humanidade contra o povo palestino na Faixa de Gaza. De forma prática, a medida transforma ambos em procurados internacionais.

“A Câmara encontrou motivos razoáveis para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade pelos seguintes crimes: o crime de guerra de fome como método de guerra; e os crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos. A Câmara também encontrou motivos razoáveis para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal como superiores civis pelo crime de guerra de dirigir intencionalmente um ataque contra a população civil”, afirma o TPI.

Segundo a ordem da Câmara Preliminar I do TPI, as infrações teriam sido cometidas “pelo menos entre 8 de outubro de 2023 até pelo menos 20 de maio de 2024”. E rejeitou assim os argumentos de representantes do Estado de Israel sobre a inconsistência da jurisdição sobre os mandados de prisão para as autoridades do país.

(*) com Ansa