Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O gabinete do primeiro-ministro de Israel removeu unilateralmente o nome de Marwan Barghouti da lista referente à troca de reféns, pondo em risco a implementação do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A confirmação foi feita nesta quinta-feira (09/10) pelo porta-voz israelense, Shosh Bedrosian.

“O que posso dizer neste momento é que ele não será parte dessa libertação”, disse o representante.

Segundo a emissora catari Al Jazeera, Barghouti, que está preso há mais de duas décadas, é uma das figuras políticas mais populares entre os palestinos, “com pesquisas sugerindo que ele poderia ganhar a presidência palestina”. Já o portal Middle East Eye (MEE) classificou ele como um dos nomes “mais valiosos a serem negociados em troca dos 48 prisioneiros israelenses”. 

Ao MEE uma fonte próxima a Barghouti informou que,  “até a noite passada”, os mediadores, incluindo o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, assinaram uma lista de prisioneiros em que constava o seu nome.

Ahmed Saadat, líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Hassan Salama, um alto funcionário do Hamas, e Abdullah Barghouti, um líder do Hamas não relacionado a Marwan, também tiveram seus nomes removidos. Essa retirada unilateral, segundo o veículo, “causa problemas potenciais para o acordo de cessar-fogo, já que os negociadores pressionam para que seus nomes sejam restaurados”.

Mais cedo, o chefe da equipe de negociação do Hamas, Khalil al-Hayya, declarou que o grupo tinha recebido garantias dos países mediadores, incluindo dos EUA, de que “a guerra acabou completamente”.

Em seu discurso, al-Hayya confirmou que 250 palestinos que cumprem penas de prisão perpétua em detenções israelenses serão libertados como parte do acordo, juntamente com outros 1.7 mil que foram presos desde o início 7 de outubro de 2023. A libertação, garantiu ele, também contemplará “todas as mulheres e crianças palestinas”.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel removeu unilateralmente o nome de Marwan Barghouti da lista referente à troca de reféns, diz jornal
IDF Spokesperson’s Unit

Egito e Catar pedem libertação

Em janeiro, o MEE apurou que o Egito e o Catar estavam usando “todos os meios disponíveis” para garantir a libertação de Barghouti como parte de um acordo de cessar-fogo. Na ocasião, uma fonte próxima às negociações informou ao portal que seu nome constava entre as principais figuras a serem trocadas em caso de um tratado fechado.

O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, e o major-general Hassan Mahmoud Rashad, diretor dos Serviços Gerais de Inteligência do Egito, chegaram a interceder pessoalmente para pressionar por sua libertação, revelaram as fontes à reportagem do MEE, mas que, no entanto, altos funcionários da Autoridade Palestina queriam que Barghouti fosse excluído de qualquer troca, temendo uma possível ameaça à liderança do presidente palestino Mahmoud Abbas.