Marco Rubio visita Israel em meio a tensão com Catar e iminente reconhecimento do Estado palestino na ONU
Governo dos EUA diz que missão prevê reforçar apoio de Washington ao regime sionista; enquanto isso, líderes árabes preparam resposta formal ao atentado israelense em Doha
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chegou a Israel neste domingo (14/09) cinco dias após Israel atacar um complexo residencial no Catar na tentativa de assassinar líderes do Hamas.
O episódio levou o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a manifestar “profundo descontentamento”, enquanto o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu defendeu a operação, alegando que matar membros do grupo palestino removeria o “principal obstáculo” para acabar com o genocídio em Gaza. Apesar do embate, Washington declarou que “não mudará a natureza do nosso relacionamento com os israelenses”.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, nesta viagem, Rubio busca “consertar uma divergência com outros aliados de Washington na região” sobre o atentado de terça-feira (09/09) ocorrido em Doha, capital do Catar, e discutir o projeto de “expansão acelerada dos assentamentos na Cisjordânia ocupada”.
O Departamento de Estado dos EUA informou que a missão também tem como finalidade garantir ao regime sionista o apoio de Washington diante do iminente reconhecimento do Estado palestino por vários países, incluindo os próprios aliados dos EUA, como Reino Unido, França, Canadá, Austrália e Bélgica, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Segundo as informações do jornal The Times of Israel, a primeira agenda de Rubio consistiu na passagem pelo Muro das Lamentações, em Jerusalém, onde foi acompanhado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e pelo embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee.
“Acho que a visita [de Rubio] aqui é um testemunho da durabilidade, da força da aliança israelense-americana, que é tão forte e durável quanto as pedras do Muro das Lamentações que acabamos de tocar”, disse Netanyahu à imprensa local após a visita.
“Sob o presidente [dos EUA] [Donald] Trump e o secretário Rubio, essa aliança nunca foi tão forte e nós a apreciamos profundamente”, acrescentou o premiê. Enquanto isso, Rubio não fez nenhum pronunciamento aos repórteres.
De acordo com o gabinete presidencial de Israel, o presidente Isaac Herzog se reunirá com Rubio, em Jerusalém, na segunda-feira (15/09).

Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio visita Israel em meio a tensões com o Catar e antes do reconhecimento do Estado da Palestina durante Assembleia Geral da ONU, em Nova York
Chaim Goldberg/FLASH90
Resolução sobre ataque ao Catar
Enquanto os governos dos EUA e Israel buscam entendimento, líderes de países árabes e islâmicos se reuniram em Doha, na capital do Catar, para discutir uma resposta formal aos ataques de Israel, antes da cúpula de emergência convocada para esta segunda-feira.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed bin Mohammed al-Ansari, disse à QNA (Agência de Notícias do Catar) que “a cúpula discutirá um projeto de resolução sobre o ataque israelense” que significa outro exemplo de “terrorismo de Estado praticado por Israel”.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, uma reunião entre chanceleres da região neste domingo trabalhará na formalização de um documento coletivo para “aumentar o coro internacional de condenação ao ataque israelense”.
Por outro lado, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed Al-Thani, deixou claro que o “terrorismo de Estado” de Israel não impedirá seu país de continuar seus esforços de mediação ao lado dos EUA e do Egito nas negociações de paz.























