Mais de 400 palestinos, incluindo 141 crianças, morrem de fome em Gaza
Colonos armados israelenses bloqueiam estradas, drones assustam famílias e tratores destroem casas em escalada da opressão na região
Fontes médicas na Faixa de Gaza confirmaram a morte de cinco palestinos, incluindo uma criança, nas últimas 24 horas, em decorrência de fome e desnutrição no território. Com isso, o número total de óbitos chega a 404, sendo 141 crianças.
Cerca de 900 mil crianças no território palestino sofrem de fome, das quais 70 mil encontram-se em estado de desnutrição. A crise humanitária na Faixa de Gaza continua a se agravar devido ao bloqueio e à escassez de alimentos e suprimentos médicos.
Desde 2 de março de 2025, as autoridades de ocupação fecharam todas as passagens para a Faixa de Gaza, impedindo a entrada da maior parte dos alimentos e ajuda médica, o que acelerou a propagação da fome na região.
O Ministério da Saúde em Gaza divulgou um relatório diário sobre as vítimas dos ataques israelenses no território. Segundo os dados, nas últimas 24 horas, os corpos de 41 pessoas – incluindo duas recuperadas de ataques anteriores – foram levados para hospitais locais. Outras 184 ficaram feridas.
Tendas que abrigam pessoas deslocadas e hospitais continuam sendo alvos da ofensiva sionista. Pelo menos 15 palestinos foram mortos e outros feridos em um ataque aéreo a um edifício alto, após uma ordem de evacuação, conforme confirmou um correspondente da emissora catariana Al Jazeera.
Na terça-feira (09/09), a IOF intensificou gravemente suas violações na Cisjordânia, detonando diversas casas e invadindo Jenin, onde matou duas crianças. De acordo com médicos, as crianças palestinas foram mortas e outras quatro ficaram feridas por tiros do exército israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia, na noite de segunda-feira (08/09).
Um comunicado do Ministério da Saúde confirmou que um adolescente de 14 anos, Islam Abdul-Aziz Nouh Majarmeh, foi morto e duas pessoas ficaram gravemente feridas durante uma incursão no campo de refugiados de Jenin. Esses números elevam o total de mortos em ataques israelenses desde o início da guerra para 64.656, com 163.503 feridos.

Mais cinco palestinos, incluindo uma criança, morreram de fome e desnutrição severa nas últimas 24 horas
Wafa
Invasão e ataques
A Forças de Ocupação Israelenses (IOF) intensificaram as invasões a vilarejos, disparando gás lacrimogêneo, bombas sônicas e agredindo residentes na manhã desta quarta-feira (10/09). Saleh Shafiq, um jovem com deficiência, feriu-se na cabeça após ser atacado por colonos israelenses na vila de Yabrud, a nordeste de Ramallah.
Segundo a WAFA, a IOF também agrediu outro homem no posto de controle militar do Túnel, que conecta as cidades de Biddu e al-Jib, a noroeste de Jerusalém ocupada. Testemunhas disseram ao jornal que soldados israelenses posicionados no local agrediram fisicamente um jovem, tiraram fotografias e cometeram abusos.
De acordo com fontes locais da cidade de al-Ram, ao norte de Jerusalém ocupada, forças especiais israelenses interceptaram um veículo e sequestraram um jovem, cuja identidade ainda não foi confirmada.
O prefeito de Yamoun, a oeste de Jenin, Ibrahim Khamayseh, declarou à WAFA que tratores israelenses invadiram a cidade, aplainaram terras agrícolas de um morador, arrancaram oliveiras e demoliram celeiros dentro das propriedades. Os soldados também demoliram um terreno adjacente pertencente a um residente de Al-Arqa.
Khamayseh acrescentou que as forças de ocupação notificaram os proprietários das terras há seis meses, ordenando a remoção das árvores e a restauração do terreno ao estado original. Cerca de seis tratores israelenses continuam atuando na área, e mais de 50 oliveiras já foram arrancadas. A IOF segue impedindo que proprietários e moradores acessem o local.
A cidade de Beit Anan também foi alvo de ataques sionistas: um muro foi demolido e as forças de ocupação emitiram mais ordens de demolição de residências. Vias secundárias dentro da cidade e o acesso à cidade de al-Quobayba, a noroeste de Jerusalém, também foram bloqueados.
Crianças e jovens são impedidos de irem as escolas
Crianças foram impedidas de chegar às escolas no bairro de al-Tayaran, ao sul de Hebrom, por colonos armados na manhã desta quarta-feira (10/09). Bassam al-Za’arir, morador local, informou ao jornal palestino WAFA que o exército israelense atacou residências de cidadãos com tratores agrícolas, realizou passeios provocativos ao redor das propriedades e lançou drones que emitiam ruídos altos em direção a currais de ovelhas, assustando e dispersando os animais.
De acordo com al-Za’arir, colonos têm visitado as casas e os currais diariamente, especialmente durante a noite, reproduzindo música em alto volume e buzinas para incutir medo em crianças e mulheres.
O ativista Akram Abu Sharkh relatou ao correspondente da WAFA que um grupo de colonos, juntamente com seu gado, bloqueou a única estrada que dá acesso à cidade de Qatanna, a noroeste de Jerusalém. Como resultado, mais estudantes foram impedidos de prosseguir para as escolas, sendo forçados a retornar a suas casas.
Devido à intensificação da escalada israelense na Palestina e na Cisjordânia, somada à crise financeira, o Ministério da Educação e Ensino Superior precisou adiar o início do ano letivo de 2025/2026 na Cisjordânia para segunda-feira, 8 de setembro de 2025.























