Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Mais de 100 ONGs internacionais assinaram um apelo nesta quinta-feira (14/08) em que denunciam o uso da fome por Israel como “arma” para seguir cometendo um genocídio na Faixa de Gaza.

“Parem de usar ajuda humanitária como arma enquanto a fome se agrava” no território palestino, escreveram organizações como Médicos Sem Fronteiras, American Near East Refugee Aid e Oxfam em um comunicado conjunto. No documento, criticam o fato de as autoridades israelenses terem bloqueado o acesso ao envio de ajuda humanitária desde 2 de março, apesar de mais de “60 pedidos” feitos apenas no mês de julho.

“Apesar das alegações das autoridades israelenses de que não há limite para a entrada de ajuda humanitária em Gaza, a maioria das principais ONGs internacionais não conseguiu entregar um único caminhão de suprimentos vitais desde 2 de março”, revelaram.

Segundo os grupos, a obstrução deixou “milhões de dólares em alimentos, remédios, água e itens de abrigo” presos em armazéns na Jordânia e no Egito, enquanto os palestinos estão morrendo de fome.

As ONGs também criticaram que o pouco de recursos que foi liberado “foi confiada como monopólio – em quantidades insuficientes e com ameaças às vidas dos palestinos – à controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF)”. A GHF que, em maio, passou a operar o programa de distribuição de alimentos em Gaza, é apoiada por Israel e pelos Estados Unidos. A entidade foi denunciada por grupos de direitos humanos por se tratar de uma “armadilha mortal” para matar palestinos que buscam suprimentos básicos nas proximidades dos pontos de distribuição. 

ONG internacionais denunciam Israel por usar fomo como arma de guerra contra os palestinos
Unicef/Mohammed Nateel

No final de junho, soldados israelenses revelaram ao jornal Haaretz que têm sido ordenados pelas autoridades de Tel Aviv a atirar em palestinos que buscam ajuda nas zonas de distribuição do enclave. A informação ganhou repercussão e foi posteriormente confirmada pelo comando do Exército, que culpou o Hamas de “inflar” os números de fatalidades.

Nesta semana, o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas alertou que a fome tem disparado em território palestino, com mais de 300 mil crianças em “risco grave”. Já o Fundo das Nações para a Infância (Unicef) informou que o número de crianças menores de 5 anos que sofrem de desnutrição aguda atingiu 12 mil em julho, sendo classificado pelo órgão como “o pior índice mensal já registrado”.

Enquanto isso, um grupo de países, com autorização de Israel, começou a lançar alimentos no enclave nos últimos dias, por via aérea, após pressão internacional. Já a entrada de ajuda humanitária por terra também segue controlada pelo regime sionista.

(*) Com Ansa