Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Na abertura da reunião ministerial realizada nesta terça-feira (26/08) no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou o governo de Israel pelo sucessivo assassinato de crianças palestinas na Faixa de Gaza.

“Temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia crianças que estão com fome aparecem na mídia, esqueléticas, e são assassinadas como se estivessem em guerra. Como se fossem do Hamas”, afirmou o mandatário. Na semana passada, uma apuração feita pela imprensa britânica juntamente com a israelense apontou que de seis civis mortos no enclave, cinco não são da resistência palestina.

Vale ressaltar que a declaração ocorreu em meio ao rechaço de Brasília à aceitação de um novo embaixador israelense no país, aprofundando o impasse diplomático entre os dois países. Na segunda-feira (25/08), o assessor presidencial Celso Amorim explicou que o pedido para que Gali Dagan assumisse o posto de Daniel Zonshine foi ignorado devido à forma como Israel tratou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, no ano passado, quando foi chamado para dar explicações sobre declaração de Lula comparando o genocídio em Gaza ao Holocausto. 

Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da SIlva critica Israel pela continuidade do genocídio em Gaza, durante reunião ministerial
Ricardo Stuckert/PR

Katz ataca Lula

Horas antes da declaração de Lula na reunião ministerial, o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, usou seu perfil no X para atacar o presidente, chamando-o de “antissemita declarado e apoiador do Hamas” por conta da decisão de retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), em julho. O país apenas fazia parte desta aliança pela decisão tomada por Jair Bolsonaro, ex-presidente acusado de tentativa de golpe de Estado.

Na publicação, Katz inseriu uma imagem criada por inteligência artificial em que Lula é retratado como marionete do líder supremo do Irã, Ali Khamenei. No texto, alegou que o petista está “colocando o país ao lado de regimes como o Irã”.

“Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA – o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel – colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, acusou. “Como ministro da Defesa de Israel, afirmo: saberemos nos defender contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados”, acrescentou.