Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Ghazi Hamad, um dos líderes do Hamas que foi alvo do bombardeio de Israel em Doha, no Catar, declarou nesta quarta-feira (17/09) que “quem quiser libertar os reféns deve ordenar a [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] que conclua um acordo de troca de prisioneiros e pare a guerra”.

A declaração de Hamad, em uma entrevista ao vivo para a emissora Al Jazeera, em sua primeira aparição desde o ataque israelense, fez referência aos comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o assunto.

“Não temos medo de Trump quando ele diz que abrirá as portas do inferno para nós. Não recebemos instruções dele sobre como tratar os reféns inimigos. Nós os tratamos de acordo com nossos valores e nossa religião”, declarou.

Segundo a agência de notícias France Press (AFP), o líder do Hamas afirmou durante a entrevista concedida à emissora catari que, no dia do ataque israelense, o grupo de resistência palestina havia começado a analisar a proposta dos EUA para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

“Soubemos que foi um ataque israelense. Ocorreram cerca de 12 mísseis em menos de um minuto”, detalhou, além de denunciar que o bombardeio foi “uma agressão traiçoeira contra nós e contra o Catar”.

Houve temores em relação à continuidade do Catar no processo diplomático após ofensiva de Israel contra o Catar
Jaber Jehad Badwan/Wikicommons

Hamad era um dos seis chefes do Hamas reunidos no edifício atacado pelas Forças de Defesa Israel (IDF, na sigla em inglês) em 9 de setembro. Outros líderes eram o negociador-chefe do movimento, Khalil al-Hayya, e o membro do alto escalão Khaled Meshaal.

Os chefes do grupo palestino estavam em Doha justamente para as negociações de um acordo de cessar-fogo com Israel. Ao lado do Egito e dos Estados Unidos, o Catar exerce o papel de mediador no conflito.

Após a ofensiva de Israel contra um país mediador do conflito, houve temores em relação à continuidade do Catar no processo diplomático. Na última sexta-feira (12/09), o primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, declarou que seu país continuaria “o papel humanitário e diplomático” para mediar o conflito na Faixa de Gaza, apesar do ataque promovido por Israel contra seu território nesta semana.

Contudo, alertou que o ataque promovido por Israel “também foi um ataque a todos os esforços diplomáticos que visam soluções pacíficas” com o Hamas, incluindo cessar-fogo, libertação dos reféns e prisioneiros e entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Mesmo assim, garantiu que o país permanecerá na decisão “que ofereça um caminho para salvar vidas”, mas “não tolerará qualquer violação de sua soberania ou segurança”.

(*) Com Ansa