Leis israelenses impedem que refugiados obtenham cidadania palestina
Jannath Abujazar, filha de refugiados da Faixa de Gaza, denuncia dificuldades na obtenção de documento devido ao controle de Israel
O regime de apartheid imposto pelo governo de Israel impede que milhões de palestinos refugiados obtenham sua cidadania palestina. É o que explica, em postagem no Instagram, a estudante Jannath Abujazar, cidadã brasileira e filha de palestinos da Faixa de Gaza.
“Israel basicamente criou leis que impedem que um palestino tenha a cidadania palestina”, afirma a jovem, ao comentar duas regras que interditam o acesso aos documentos.
Segundo Jannath, “se você é palestino, refugiado, está em qualquer outro lugar do mundo e não conseguiu emitir os seus documentos até os 15 anos de idade, Israel basicamente não te considera mais palestino e você não pode mais tirar os seus documentos”.
Além disso, “o palestino que consegue sair da Palestina, da zona de ocupação e do genocídio, e consegue outra cidadania, ele perde a cidadania palestina. Ou seja, se eu sou palestino e eu tenho cidadania de brasileira, eu basicamente não sou mais palestino”.
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Neste segundo caso, mesmo quem detém o documento (antes dos 15 anos) e precisa de uma nova emissão, acaba sendo prejudicado. Cerca de 7 milhões de palestinos vivem na diáspora desde a ocupação israelense do território a partir de 1948.
Abujazar relata que entrou em contato com a embaixada da Palestina no Brasil para emitir uma segunda via e não conseguiu. O órgão informou que não poderia realizar a emissão porque seu sistema está vinculado aos sistemas israelenses. Por ter cidadania brasileira, Israel não a considera mais cidadã palestina, mesmo sendo filha de pais nascidos na Faixa de Gaza.
“Então, se Israel não quer que você seja palestina, então você não é. O máximo que a embaixada pode fazer é emitir um passaporte temporário para te dar tempo para conseguir alguma cidadania em outro lugar, como se a gente tivesse que sair por aí pedindo esmola para algum país, porque Israel não deixa a gente se identificar como palestino”, afirmou.
E complementou: “obviamente, isso é uma tentativa de Israel de apagar nossa identidade palestina, porque se você não tem como provar documentalmente que é palestino, você não existe”.























