Israel rejeita apelo de 25 países que exige cessar-fogo em Gaza
Declaração global, que inclui endosso da União Europeia, classifica obstrução de ajuda humanitária como 'inaceitável' e cobra de Tel Aviv respeito ao direito internacional
O governo de Israel rejeitou nesta segunda-feira (21/07) a declaração conjunta assinada por um grupo de 25 países, incluindo a União Europeia, exigindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza. A gestão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou que o apelo internacional “não concentrou sua pressão sobre o Hamas”.
“Israel refuta a declaração porque ela está desconectada da realidade e envia uma mensagem errada ao Hamas”, quem, de acordo com Tel Aviv, “começou esta guerra e a está prolongando”.
O comunicado foi divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel pela plataforma X. No entanto, a posição entra em contradição, uma vez que quem violou o acordo de cessar-fogo em 18 de março foi o regime sionista que, logo nas primeiras horas após o rompimento do tratado, matou 400 palestinos no enclave.

Israel rejeitou a declaração conjunta assinada por um grupo de 25 países, incluindo a União Europeia, exigindo um cessar-fogo em Gaza
IRNA
Apelo internacional
Mais cedo, 25 países pediram o fim imediato do genocídio promovido por Israel em Gaza, dizendo que o sofrimento no local “atingiu novas profundidades”. A posição conjunta veio após mais de 21 meses de ataques israelenses que desencadearam condições humanitárias catastróficas no enclave.
Entre as nações que assinaram o apelo, estão Reino Unido, França, Austrália, Canadá e outros 21 países, incluindo a União Europeia.
“O sofrimento dos civis em Gaza atingiu novas profundidades”, destacaram os signatários, pedindo um cessar-fogo negociado, a libertação de reféns e o livre fluxo de ajuda humanitária.
Os países também condenaram “a alimentação por gotejamento de ajuda e o assassinato desumano de civis, incluindo crianças, que buscam atender às suas necessidades mais básicas de água e comida”.
Na carta, incluiu-se um tópico sobre os relatos de palestinos que foram assassinados por soldados israelenses nas proximidades de centros de ajuda humanitária coordenados pela controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) que, por sua vez, é apoiada por Israel e pelos Estados Unidos.
De acordo com os registros das Nações Unidas (ONU) e do Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 875 pessoas foram mortas no enclave enquanto tentavam obter comida desde o final de maio, quando o regime sionista começou a aliviar um bloqueio total de mais de dois meses e anunciou o funcionamento da GHF.
“O modelo de entrega de ajuda do governo israelense é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os habitantes de Gaza da dignidade humana”, disseram os países. “A negação do governo israelense de assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável. Israel deve cumprir suas obrigações sob o direito internacional humanitário.”
Mesmo assim, o governo de Netanyahu insistiu que o “único responsável” pela ausência de um acordo de cessar-fogo é o Hamas, embora Tel Aviv tenha diversas vezes insistido em não retirar suas tropas de Gaza, um dos pontos que o grupo palestino tem como essencial na consolidação de um tratado.
Sem levantar dados, o comunicado alegou que o Hamas realiza “uma campanha para espalhar mentiras sobre Israel e de aumentar os danos a civis que buscam receber ajuda humanitária”.
(*) Com Ansa























