Israel quer controle total de Gaza, e Hamas denuncia ‘continuidade do genocídio’
Premiê israelense declarou que Tel Aviv ‘não quer ser governante’ do enclave palestino, mas sim ‘passá-lo para forças árabes’
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (07/08) que pretende tomar controle da Faixa de Gaza. A declaração ocorreu no mesmo dia em que o Gabinete de Segurança se reúne para discutir a proposta de domínio do enclave palestino.
“Pretendemos [tomar o controle de Gaza] para garantir nossa segurança e remover o Hamas”, declarou durante uma entrevista ao jornalista norte-americano Bill Hemmer, da Fox News.
Em meio à pressão internacional e também interna contra seu plano de ocupação total, Netanyahu disse que o objetivo de Israel “não é governar permanentemente o enclave, mas remover o Hamas e permitir uma administração local diferente, apoiada por parceiros árabes regionais”.
O plano de Netanyahu inclui “passar a Faixa de Gaza para um governança civil que não seja o Hamas e nem ninguém que defenda a destruição de Israel”.
“Não queremos estar lá como um órgão governante. Queremos entregá-lo às forças árabes que o governarão adequadamente, sem nos ameaçar, e darão uma vida boa aos moradores de Gaza”, acrescentou.

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RS/Fotos Públicas
Questionado se Israel ocuparia todo o território de Gaza, como fez antes de sua retirada do enclave em 2005, Netanyahu respondeu: “não queremos mantê-lo. Queremos ter um perímetro de segurança”.
Netanyahu, cujo governo tem adotado práticas de genocídio contra o povo palestino e comumente comparado às ações da Alemanha nazista contra os próprios judeus, comparou o Hamas a um “exército neonazista” e disse que o plano de “administração civil” de Gaza não será possível com a resistência palestina.
Enquanto Israel tem sistematicamente dificultado a entrada de alimentos em Gaza, o primeiro-ministro ainda mudou sua retórica, e em vez de negar a existência da fome entre os palestinos, culpou o Hamas pela crise alimentar no enclave.
Hamas responde
Por sua vez, o grupo palestino Hamas condenou as declarações de Netanyahu. “O que o criminoso de guerra Netanyahu está planejando é continuar sua abordagem de genocídio e deslocamento”, denunciou.
“As declarações de Netanyahu representam uma clara reversão do curso das negociações e revelam claramente os verdadeiros motivos por trás de sua retirada da rodada final, apesar de nossa proximidade de um acordo final”, declarou o grupo palestino por meio de uma nota citada pela emissora Al Jazeera.
O comunicado também menciona os reféns israelenses que ainda estão no enclave palestino. Para o Hamas, as declarações de Netanyahu “confirmam, sem sombra de dúvida”, que ele planeja “sacrificar” os prisioneiros para servir aos seus “interesses pessoais e agenda extremista”.
“Afirmamos que Gaza permanecerá desafiadora à ocupação e às tentativas de impor sua tutela. Expandir a agressão contra o nosso povo palestino não será fácil, e o preço será alto e custoso para a ocupação e seu exército nazista”, respondeu.
(*) Com Middle East Monitor























