Sábado, 6 de dezembro de 2025
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As forças israelenses prenderam, na madrugada desta terça-feira (02/09), o prefeito de Hebron, Tayseer Abu Sneineh, durante uma ampla ofensiva na Cisjordânia ocupada. De acordo com relatos da agência palestina Wafa e do Escritório de Mídia de Prisioneiros Palestinos (ASRA), soldados invadiram a residência do líder municipal com violência e confiscaram seus pertences antes de levá-lo a um destino até agora desconhecido.

Fontes palestinas relataram às agências que os militares israelenses cercaram a província de Hebron, montaram postos de controle e bloquearam várias estradas na cidade.

Em comunicado, o Conselho Municipal de Hebron condenou a ação, classificando-a como “um ataque brutal que não visa apenas o prefeito, mas também a vontade do povo de Hebron e suas instituições eleitas.

O ataque, aponta a entidade, constitui “uma violação flagrante ao processo democrático e ao direito da população de administrar seus assuntos com liberdade e dignidade”. Ela também pede à comunidade internacional e a organizações de direitos humanos que pressionem pela libertação imediata de Abu Sneineh.

Militares israelenses cercaram a província de Hebron, montaram postos de controle e bloquearam estradas principais nesta manhã (02/09)
Oren Rozen

Hamas

O Hamas também condenou a prisão do prefeito Abu Sneineh. Em comunicado, o grupo alertou que a prisão ocorre no contexto do “perigoso ataque à cidade” em meio aos “planos de Israel de anexar as terras ocupadas da Cisjordânia“.

Classificando o ataque como “continuação da abordagem brutal e agressiva da ocupação”, o Hamas destacou que foi usada “uma grande força militar” e causado “danos extensos” à casa do prefeito. O grupo de resistência pediu ao povo de Hebron “que seja a cerca protetora do projeto nacional e permaneça como uma barreira inexpugnável contra todos os planos de ocupação que visam a cidade”.

Além de Abu Sneineh, 24 palestinos foram presos em operações militares na Cisjordânia ocupada nesta manhã. A ofensiva ocorreu em oito províncias, com destaque para Nablus, onde 13 pessoas foram detidas. Em Bal’a, na província de Tulkarem, com escavadeiras e cães policiais, os soldados destruíram várias residências. Confrontos ocorreram na aldeia de Kafr Thulth, em Qalqilya, informa a Al Jazeera.

Em meados de agosto, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou que pretende aprovar a construção de mais três mil assentamentos ilegais na Cisjordânia para “enterrar a ideia de um Estado palestino”.