Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A União das Associações Europeias de Futebol Associação de futebol (UEFA), entidade máxima do futebol europeu, está considerando suspender Israel de todas as competições internacionais em razão do genocídio na Faixa de Gaza, segundo o jornal britânico The Times.

De acordo com a reportagem, um painel de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) instou a UEFA e a Federação Internacional de Futebol Associação (FIFA) que “suspendessem Israel como seleção nacional do futebol internacional, como uma resposta necessária para lidar com o genocídio em curso no território palestino ocupado”.

Segundo os funcionários da ONU, citados pelo periódico, “as entidades esportivas não devem ignorar graves violações de direitos humanos, especialmente quando suas plataformas são usadas para normalizar injustiças”.

A declaração também teria ressaltado que o boicote “deve ser dirigido ao Estado de Israel e não a jogadores individuais”, defendendo que não haja “discriminação ou sanções contra jogadores individuais em razão de sua origem ou nacionalidade”.

Segundo o periódico, diversos membros do comitê executivo da UEFA seriam a favor da ação, que exigiria uma votação para suspender a Associação Israelense de Futebol (IFA) da liga. Além disso, uma decisão final sobre o episódio “é esperada para a próxima semana, com a maioria dos membros a favor”.

Uma provável suspensão da IFA, a qual é membro da UEFA desde 1994, pressionaria a FIFA a adotar medida semelhante. Mas mesmo que a FIFA não avance com uma sanção, ser excluído da UEFA impediria Israel de participar das eliminatórias da Copa do Mundo, na qual Tel Aviv está em terceiro lugar no grupo de qualificação.

Torcida exibe faixa dizendo “Mostre o cartão vermelho a Israel”, em solidariedade à Faixa de Gaza
Leyla Hamed/X

A medida, exigida pela Federação Palestina há cerca de dois anos, também impactaria a participação do Maccabi Tel Aviv, um dos times de futebol de maior destaque do país e o unico envolvido em competições europeias, na Europa League.

Embora a medida seja sustentada pela UEFA , não está claro se a entidade presidida por Gianni Infantino apoiará a exclusão da IFA, principalmente por causa das estreitas relações da autoridade da instituição com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e aliado de Netanyahu.

Por outro lado, em agosto passado a entidade exibiu uma faixa com os dizeres “Parem de Matar Crianças, Parem de Matar Civis” antes de uma partida entre os times Paris Saint-Germain, da França, e Tottenham, do Reino Unido, pela final da Supercopa da UEFA.

O The Times ainda revelou que “vários clubes europeus perguntaram à UEFA se havia alguma maneira de evitar jogos contra adversários israelenses”. Além disso, também há casos como o da Federação Norueguesa de Futebol (FA), que diante de um jogo contra Israel nas eliminatórias da Copa do Mundo, marcado para 11 de outubro, anunciou que doaria todos os lucros da partida como ajuda humanitária em Gaza.

Em meio aos rumores, o ministro dos Esportes israelense, Miki Zohar, disse estar “trabalhando com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, para impedir essa medida”.

Caso a votação a favor da suspensão da IFA seja bem sucedida, Israel seguirá os passos da Rússia, que foi suspensa pela FIFA e UEFA poucos dias depois do início da guerra na Ucrânia, desencadeada em 2022.

(*) Com Ansa e RT en español