Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, rechaçou nesta sexta-feira (14/06) a adesão a uma iniciativa trilateral promovida pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na qual França, Estados Unidos e Israel formariam um grupo de contato para tentar atenuar a escalada de tensões de Tel Aviv com o movimento libanês Hezbollah, na fronteira norte do Estado israelense.

“Enquanto lutamos por uma guerra justa, defendendo nosso povo, a França adotou políticas hostis e inimigas contra Israel”, acusou Gallant, por meio de um comunicado em rede social, deixando claro que sua nação “não fará parte do quadro trilateral proposto pela França”.

A declaração de Gallant responde a um anúncio proferido por Macron no dia anterior. O mandatário europeu declarou que os três países em questão haviam concordado na proposta, idealizada desde abril quando o chanceler francês Stéphane Séjourné visitou Tel Aviv.

O plano inclui o fim da violência tanto do lado israelense quando do libanês, além de defender a retirada das forças de Al Radwan, uma unidade de elite do Hezbollah, e de outros grupos armados a 10 quilômetros da fronteira com Israel.

De acordo com a imprensa local, a acusação de Gallant causou ruído e discordância nos bastidores do gabinete. Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores de Israel ouvida pelo The Jerusalem Post assegurou que “Israel não rejeitou a proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, de uma cúpula trilateral sobre as tensões no norte”, acrescentando que o ministro “demonizou” um “aliado forte e firme de Israel”.

Os diplomatas da chancelaria israelense argumentam que, desde 7 de outubro de 2023, a França adotou uma posição clara a respeito da guerra, denunciando e declarando sanções contra o grupo palestino Hamas, além de manifestar apoio ao processo de bloqueio financeiro contra o programa nuclear iraniano. 

Outra fonte, sob anonimato, criticou Gallant por “usurpar funções diplomáticas reservadas ao primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] e ao ministro de Negócios Estrangeiros [Israel Katz], a par das suas”. 

“Israel está interessado na proposta, mas ainda está em seus estágios iniciais”, disse.

Wikimedia Commons/U.S. Secretary of Defense/Пресс-служба Президента Российской Федерации
Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, à esquerda; presidente da França, Emmanuel Macron, à direita

Tensões entre Israel e Hezbollah

Alinhado ao Irã, o Hezbollah e Israel têm estado em confronto bélico nos últimos oito meses e, mais recentemente, as agressões entre ambas as partes têm se intensificado à medida que as forças israelenses atacam todas as regiões de Gaza. Segundo a emissora catari Al Jazeera, a comunidade internacional manifesta preocupação de que o conflito no Oriente Médio se amplie e possa eclodir entre os adversários fortemente armados.

Vale lembrar que em 24 de maio, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, havia alertado o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a resistência do Líbano realizaria “mais surpresas” contra as forças israelenses caso não cessassem suas agressões na fronteira libanesa-israelense e continuassem negando o fim dos ataques na Faixa de Gaza.