Israel mata mais de 50 palestinos; 22 civis buscavam alimentos

Pelo menos 54 palestinos, incluindo 22 que buscavam ajuda, foram mortos e 831 ficaram feridos em ataques israelenses em Gaza em 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave. Além disso, foram registradas mais quatro mortes relacionadas à fome, elevando o número total para 239, incluindo 106 crianças.

Pelo menos 23 palestinos, incluindo 10 solicitantes de ajuda, foram mortos desde o amanhecer desta quinta-feira (14/08) na Cidade de Gaza. Segundo o correspondente da emissora catari Al Jazeera, as forças israelenses abriram fogo contra um grupo de civis perto de um centro de ajuda ao norte de Rafah, ao sul do território, resultando na morte de cinco pessoas e ferindo dezenas.

Mais dois palestinos foram mortos em um bombardeio israelense contra o bairro de Al-Tuffah. Em Khan Yunis, Amal Salem al-Amour sucumbiu aos ferimentos sofridos em um ataque israelense anterior à sua tenda. Em paralelo, um homem palestino ficou ferido após ser baleado por forças sionistas no posto de controle de Qalandiya, ao norte de Jerusalém, de acordo com a agência de notícias Wafa.

Oito cidadãos foram mortos e outros ficaram feridos quando as forças de ocupação de Israel (IOF) bombardearam uma casa no bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza. Fontes locais disseram que equipes de resgate e defesa civil recuperaram oito cidadãos mortos quando drones israelenses bombardearam a casa da família Kashko no bairro de Zeitoun.

O Hospital Al-Awda, em Nuseirat, informou ter recebido sete mártires e 26 feridos nas últimas 24 horas, como resultado do bombardeio da IOF contra aglomerações civis em um ponto de distribuição de ajuda humanitária ao sul de Wadi Gaza e no centro da Faixa de Gaza. Seis feridos foram transferidos para o Hospital dos Mártires de Al-Aqsa para tratamento adicional.

Pelo menos 16 palestinos mortos em ataques israelenses em diferentes áreas de Gaza, incluindo cinco solicitantes de ajuda
Wafa News Agency

A guerra de Israel em Gaza matou 61.776 palestinos e feriu 154.906 desde 7 de outubro de 2023, acrescentou o ministério. O número total de pessoas que buscavam ajuda humanitária mortas desde 27 de maio, quando Israel introduziu um novo mecanismo de distribuição de ajuda por meio do GHF, sediado nos EUA, chegou a 1.881, com mais de 13.863 feridos, segundo o comunicado.

Ajuda humanitária em Rafah

A ajuda humanitária destinada a Gaza, rejeitada por Israel no domingo (10/08), permaneceu retida em caminhões e reboques perto da fronteira de Rafah com o Egito.

Um funcionário da OMS no local disse à Reuters que parte da ajuda foi rejeitada devido ao que as forças israelenses chamaram de “medicamentos ilegais” na carga.

Sete agentes humanitários e três caminhoneiros egípcios descreveram uma série de obstáculos burocráticos, de acordo com o jornal libanês Al Mayadeen: pequenos problemas de embalagem, documentação inadequada e longas inspeções para detectar possíveis itens de dupla utilização. A passagem de Karem Abu Salem, controlada por Israel, só abre em horários limitados durante a semana, o que complica ainda mais as entregas.