Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Defesa Civil de Gaza anunciou neste sábado (16/08) a morte de 39 palestinos, incluindo crianças, em nova ofensiva israelense no território devastado por mais de 22 meses de guerra. O número de vítimas foi contestado pelo Exército de Israel.

O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, informou à AFP que um bairro da Cidade de Gaza está sob intensos bombardeios há quase uma semana.

“Estimamos que mais de 50 mil pessoas permanecem no bairro de Zeitoun, a maioria sem água nem comida”, declarou, acusando Israel de “limpeza étnica” no local e no bairro vizinho de Tal al-Hawa. “Nossas equipes não têm acesso aos feridos.”

Segundo Bassal, 39 palestinos, incluindo várias crianças, foram mortos por disparos e ataques das forças israelenses em toda a Faixa de Gaza. Desses, 21 morreram perto de dois centros de distribuição de ajuda humanitária no sul e norte do território, e outros seis, incluindo três crianças, foram mortos em ataques ao campo de refugiados de Bureij (centro) e à área de al-Mawassi (sul).

O Exército israelense contestou esses números, afirmando à AFP que “as instituições em Gaza são controladas e dirigidas pelo Hamas e, portanto, seguem a sua agenda”.

Segundo o Exército, essas instituições “são conhecidas por registrar mortes sem relação com o conflito, como mortes naturais”, e seus dados “estão cheios de incoerências e alegações falsas”, sem distinguir entre “perdas civis e terroristas”.

Segundo Defesa Civil, 39 palestinos, incluindo várias crianças, foram mortos por disparos e ataques das forças israelenses em toda a Faixa de Gaza
RS/Fotos Públicas

Bassal alertou para a “situação catastrófica” na Cidade de Gaza: “Os moradores não têm para onde fugir”.

Ghassan Kashko, de 40 anos, vive com a família em uma escola transformada em abrigo. “Esquecemos o que é dormir. Os ataques aéreos e os disparos de tanques não param. Não temos mais comida nem água potável”, relatou por telefone à AFP.

Em comunicado, o Hamas afirmou: “Há quase uma semana, o inimigo sionista conduz uma ofensiva contínua nos bairros leste e sul da Cidade de Gaza, especialmente em Zeitoun, onde aviões de guerra, artilharia e robôs explosivos realizam uma destruição sistemática da área”.

“O crimes cometidos na Faixa de Gaza são perpetrados à vista do mundo, com intenção clara e declaração pública”, acusou o movimento islâmico.

O Exército israelense declarou à AFP que “se compromete a reduzir os danos aos civis durante atividades operacionais, em estrita conformidade com o direito internacional”. Afirmou ainda que “usa diversos meios para avaliar o impacto potencial de suas operações sobre a população civil, distinguindo entre civis e combatentes”.

Israel afirmou estar se preparando para tomar o controle da Cidade de Gaza e dos campos de refugiados vizinhos, com o objetivo declarado de derrotar o Hamas e libertar os reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023.